Capítulo 71 - Lá vem o sol, e está tudo bem

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"E eu volto a te ver outra vez

Volto a respirar profundamente

E quero que o mundo saiba

Que de amor também se pode viver

De amor pode se parar o tempo

Não quero sair daqui

Por que volto a te ver outra vez

Volto a respirar profundamente

E quero que o mundo saiba

Que não importa nada mais(...)" –

Vuelvo a Verte, Malú e Pablo Alborán


O sonho parecia não ter fim.

Era um jogo delicioso de pernas, braços, costas e cabelos numa cama bagunçada.

Eles se amavam.

O mundo inteiro os amava.

O universo conspirava pra eles ficarem juntos.

A vida intensa repleta de tragédias, caos e confusão resultou num amor forte e genuíno. Valente. Um sentimento que atravessou mundos pra vencer. Para equalizar no tempo e no espaço, virando um diamante sagrado e brilhante. Uniforme.

Cara, eu amo essa história.

Nada mais importava porque eles estavam juntos. Realmente juntos.

Alfonso havia pegado no sono depois da maratona alucinante de sexo, e Anahí apenas o observava. Ela estava deitada de lado, a cabeça apoiada no braço, as pernas entrelaçadas com as dele e o lençol cobrindo parcialmente o corpo. Alfonso dormia relaxado, com uma expressão serena no rosto. Anahí suspirou ainda o fitando, se perguntando como era possível depois de todos aqueles anos ela ainda o sentir tanto. Tão profundamente. Tão intensamente.

Anahí: Poco a poco empiezo a enloquecer... Y no se que podrá venir después, después – sussurrou com a voz rouca. Então respirou fundo, lembrando-se de quando escreveu aquela musica. Naquela época tudo parecia tão difícil, tão fora de rumo. Ela estava tão... perdida.

Anahí: Puede que me ciegue la fé, pero vuelvo a creer que esto no se acaba. Sueño que te intento besar y me vuelvo a quemar, la vida se me escapa... ― lágrimas surgiram nos olhos dela, Alfonso ainda dormia, agora com o cenho franzido, ela limpou os olhos e tirou o cabelo do rosto ― Y aunque cada vez duele más, no te quiero olvidar.

Ele não ouviu, Anahí sabia. Estranho, mas ela sabia exatamente quando Alfonso pegava no sono. Quando ele estava fingindo dormir, quando dormia sem sonhar e quando tinha pesadelos. Ela conhecia cada expressão do rosto dele. E aquela expressão é de quem sonhava uma coisa muito intensa.

Ela sorriu e beijou levemente o rosto dele. Levantou-se da cama sem fazer barulho, vestiu a camisa dele e colocou uma calcinha. Foi até o banheiro escovar os dentes e lavar o rosto e então saiu do quarto.

Não era saudável pensar no passado, mas a mente às vezes pode ser uma inimiga. Vez ou outra, Anahí pensava em tudo que viveu até esse exato instante. O momento que o RBD alcançou um espaço gigante, conquistando fãs pelo mundo e criando uma verdadeira Geração. O desenrolar desses momentos mágicos, o relacionamento com todos do grupo, com Alfonso, com os produtores... E então o Fim.

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