Capítulo 38 - Não era amor

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Você agora me vai achar piegas, mas deixa eu perguntar. Você não acredita em amor? Caio F. Abreu


Christian estava possesso. Fazia duas horas que tentava falar com Ben, mas não conseguia. O telefone só dava caixa postal. Ok, ele sabia que ele teria um jantar com Maite e Anahí hoje, mas era realmente necessário desligar o celular?

Christian: Estamos no apocalipse, querido, atenda essa porra. ― esbravejou quando mais uma vez o celular caiu na caixa postal. ― Ok, terei que apelar.

Procurou o número na agenda e ligou.

Chamou, chamou, chamou e... Caixa postal.

Christian: Droga Maite! ― ele andava em círculos pelo duplex, passara o dia todo vendo e revendo os documentos para então decidir o que fazer. Mas ficava difícil se ninguém o atendia. Como prosseguir? ― Vamos, Maite, atenda.

Caixa postal.

Christian: Legal. Resolvo sozinho.

Enquanto isso no Pujol...

As luzes se ascenderam enquanto as palmas continuavam.

Alfonso: Obrigado, obrigado. ― disse, com um leve rubor no rosto ― Parece que não estourei o ouvido de ninguém com minha voz horrível. ― disse, divertido.

― Ainda por cima é modesto. ― Anahí ouviu uma mulher falando atrás dela ― Um Deus, gostoso, voz rouca, grossa e ainda por cima humilde. É tudo que preciso. ― Anahí olhou pra trás ultrajada.

Aparentemente era uma loira alta, usando um vestido vermelho elegante. E jóias caríssimas.

Anahí: Ninguém tem respeito não?! ― falou, olhando pra trás ― Se controlem!

Maite e Ben gargalharam.

Maite: Anahí. Você nem disfarça o ciúme ― disse, limpando as lágrimas dos olhos. ― Ele é seu. Sempre foi. Não tem porque agir assim.

Anahí: Maite, vai se foder. ― disse, irritada. As mulheres continuavam a indagar sobre o porte atlético de Alfonso. Este deixou o microfone e se dirigiu até a mesa onde os amigos estavam.

Ben: Bravo, bravo! ― exclamou, se levantando ― Meu cantor está vivo!!

Alfonso: Imbecil ― falou, rindo. Então encarou Anahí. Ela o olhava petrificada. ― Tenho algo para você. ― disse, enfiando a mão dentro do paletó e tirando um envelope de lá. Entregou a ela. Anahí recebeu com as mãos frias.

Anahí: Alfonso, eu acho que... ― ele colocou o dedo nos lábios dela.

Alfonso: Leia. Apenas. ― então se inclinou, beijando o topo da cabeça dela e se despedindo. ― Eu já vou, pense no que eu te disse. Os detalhes.

Alfonso: Nos vemos mais tarde? ― disse, encarando Ben. O outro assentiu. ― Perfeito. Tenham um ótimo fim de noite.

E dizendo isso, saiu. Deixando Anahí plantada e com uma bomba relógio nas mãos.

E agora?

__

Christian dirigia apressado pelas ruas do DF. Ele precisava encontrar os amigos logo e informar o que estava havendo. Contar para Alfonso, assim, de cara, não era uma opção. Ele ficaria louco. Iria atrás de Diana e a mataria na primeira chance. Ou... ele não acreditaria. Ficaria do lado de Diana e tudo iria por água abaixo, não. Ele não podia correr esse risco. Estacionou o carro em frente a um prédio conhecido e se apresentou ao porteiro que o deixou entrar sem anunciar. Subiu de elevador tamborilando os dedos na parede metalizada, a cabeça em combustão. Suspirou quando chegou ao andar certo. Bateu na porta duas vezes e esperou.

Caminos CruzadosOnde histórias criam vida. Descubra agora