Capítulo 23 - Dois estranhos dançando sob a lua

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"Você foi a esperança nos meus dias de solidão, a angústia dos meus instantes de dúvida, a certeza nos momentos de fé." – Paulo Coelho


Alfonso: Como?

Anahí: Você ouviu – ela bebeu um gole – Não se faça de sonso.

Alfonso gargalhou.

Alfonso: Eu fui um babaca com você hoje cedo – ele encheu seu copo e deixou a garrafa no chão. Então voltou a fitá-la. Anahí respirava pausadamente.

Anahí: Pois é – concluiu – E quando não é?

Ele sorriu. Um sorriso largo que mostrava até a gengiva, o sorriso refletia nos olhos verdes. Vê-la daquele jeito tão relaxada era tão nostálgico. Tão mágico e único. Era como retornar pra casa depois de uma batalha cheia de dor.

Anahí: Só veio por isso?

Alfonso: Eu estou preocupado com você.

Anahí: Não tem motivo pra isso – disse, sorrindo – Eu estou perfeitamente bem.

Alfonso: Óh sim, vejo que agora está. – a expressão dele mudou – Ben me contou do que houve na delegacia hoje.

Anahí: Ai Alfonso – ela balançou a cabeça – A gente pode não falar sobre isso hoje?

Ele a encarou, os olhos dilatados a sondando. Ele observou o exato momento em que ela tirou o cabelo que estava de lado, nos ombros, para jogá-lo nas costas. Alguns fios ficaram no rosto e ele, instintivamente, moveu a mão pra colocá-los atrás da orelha. Anahí prendeu a respiração, observando o ato. Os olhos dela estavam mais azuis que sempre, a luz amarela do hall da piscina refletindo diretamente nas águas, numa combinação perfeita com o azul dos olhos dela.

Alfonso: Eu queria eternizar você assim.


Música de Cena: Destino o Casualidad – Melendi feat. HA*Ash


Ela estava andando sozinha pela rua
Pensando: Deus, como é complicado o amor
Perguntou a si mesma qual foi o detalhe
Que o cupido não entendeu ♪

Anahí: Assim como?

Alfonso: Relaxada. – ele deixou os cabelos dela pra passar as mãos pelo seu rosto alvo – Tranqüila. – ela sorriu – Parece alguém que conheci anos atrás.

Anahí: Eu sou a mesma de antes. Só que com algumas mudanças. Alfonso, você também mudou. – ele deixou o rosto dela e ergueu as sobrancelhas.

Alfonso: Mudei? No que?

Anahí: No olhar – ela o encarou, os olhos claramente conversando entre si, azul e verde, intensos – Você também não é mais o menino que conheci.

Alfonso: É claro que não.

Ela deu de ombros.

Anahí: Você não aceita.

Alfonso: O que?

Anahí: Que você também tenha mudado. Que você também tenha errado. – ele continuava a encarando – É mais fácil acreditar que só eu errei.

Alfonso: Anahí...

Ele secou o copo de vinho e encheu mais.

Anahí: Eu também me pergunto o que houve com a gente. – ele suspirou – Sabe, desde o começo.

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