"Se você puder sofrer comigo a loucura que é estar vivo. Se você puder passar a noite em claro comigo de tanta vontade de viver esse dia sem esperar o outro, se você puder esquecer a camisa de força e me enroscar no seu corpo para que duas forças loucas tragam algum equilíbrio. Permita-se (...)" – Tati Bernardi
Anahí: Querido, você me colocou em perigo me trazendo pra cá – tomou outro gole do drink ― Você queria que eu ficasse trancada naquele maldito quarto o dia todo te esperando?? Faça-me o favor Alfonso. ― debochou. Ele continuava fitando-a como se medisse suas palavras.
Anahí: Eu. Não. Sou. Sua. Múmia. ― grunhiu ― Você não manda em mim!
Alfonso: Você está bêbada! ― ela revirou os olhos ― Anahí você tem merda na cabeça só pode.
Anahí: Não se atreva. ― o fuzilou com os olhos – Não se atreva a botar a culpa em mim da loucura que você e seu amigo desmiolado fizeram! Você tem noção do que vocês do perigo que eu to correndo?
Ele arqueou as sobrancelhas. Ela estava quase se entregando.
Alfonso: Perigo? Que perigo, doçura? ― ela não respondeu. Então ele pediu Whisky puro e se sentou ao lado dela.
Anahí o observou por um momento, ele parecia exausto. Os olhos verdes estavam intensos e cristalinos, como sempre. Mas abaixo deles haviam duas olheiras de um cansaço visível. A testa dele estava franzida como se tivesse incomodado com a situação, vestia uma camisa de botões preta, uma calça jeans justa também negra e sapato social.
Anahí: Você está horrível.
Alfonso: Obrigada pelo elogio.
Então ele a olhou da cabeça aos pés, descarado, analisando cada canto das curvas dela e umedeceu os lábios. Anahí sentiu um arrepio percorrer sua espinha com apenas o olhar dele penetrando sua pele. Como sempre.
Alfonso: Por que está vestida assim? ― Anahí deu de ombros, um sorriso brincando nos lábios.
Anahí: Por que eu quero – disse, chegando perto dele – O que você vê te incomoda, Poncho? – sussurrou.
Alfonso engoliu em seco.
Alfonso: Não faça isso aqui ― disse, duro. Se afastando dela, não podia perder a cabeça ali, ele sabia. O Brasil era o país campeão em descobri-los.
Anahí: Então a onde? ― sorriu, maliciosa. A cabeça já zonza pela bebida ― Foi pra isso que me trouxe aqui não foi?
Alfonso: Você é louca. ― o Martini dela acabou e o barman rapidamente colocou um novo nas mãos dela que agradeceu, satisfeita. Alfonso grunhiu ― Você não pode beber tanto aqui, temos que tomar cuidado.
Anahí: Alfonso, eu já estou ferrada! Não tive nem coragem de ligar pro Velasco porque não sei o que vou dizer. ― deu de ombros ― Só me resta beber!
E mais uma vez ela estava ali, Alfonso concluiu. A Anahí de antes numa mistura maravilhosa com a Anahí de hoje. E ela era incrivelmente tentadora. Era ácida, prepotente, deliciosa e fascinante. Mas ela também era altruísta. E pensar nisso só fazia Alfonso sorrir largamente. Esta Anahí pensava mais nos outros do que em si mesma. Ela via o bem estar das pessoas sempre à frente do dela e esse foi um dos motivos deles nunca terem ficado juntos realmente. A bondade de Anahí a incinerava inteira. Os amigos, a família, conhecidos, fãs, qualquer um ia antes dela mesma. Ela precisava se certificar que todos ficariam bem, então ela se deixava levar pela maré.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Caminos Cruzados
FanfictionO RBD acabou, mas deixou vestígios de um passado inacabado para trás. Entre eles, há Anahí e Alfonso, que tiveram uma história bem turbulenta e cheia de vírgulas. O afastamento que eles mesmos impuseram deixou muitas pontas soltas, apesar de tentar...