Capítulo 27 - O mundo lá fora não existe

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"Se você puder sofrer comigo a loucura que é estar vivo. Se você puder passar a noite em claro comigo de tanta vontade de viver esse dia sem esperar o outro, se você puder esquecer a camisa de força e me enroscar no seu corpo para que duas forças loucas tragam algum equilíbrio. Permita-se (...)" – Tati Bernardi


Anahí: Querido, você me colocou em perigo me trazendo pra cá – tomou outro gole do drink ― Você queria que eu ficasse trancada naquele maldito quarto o dia todo te esperando?? Faça-me o favor Alfonso. ― debochou. Ele continuava fitando-a como se medisse suas palavras.

Anahí: Eu. Não. Sou. Sua. Múmia. ― grunhiu ― Você não manda em mim!

Alfonso: Você está bêbada! ― ela revirou os olhos ― Anahí você tem merda na cabeça só pode.

Anahí: Não se atreva. ― o fuzilou com os olhos – Não se atreva a botar a culpa em mim da loucura que você e seu amigo desmiolado fizeram! Você tem noção do que vocês do perigo que eu to correndo?

Ele arqueou as sobrancelhas. Ela estava quase se entregando.

Alfonso: Perigo? Que perigo, doçura? ― ela não respondeu. Então ele pediu Whisky puro e se sentou ao lado dela.

Anahí o observou por um momento, ele parecia exausto. Os olhos verdes estavam intensos e cristalinos, como sempre. Mas abaixo deles haviam duas olheiras de um cansaço visível. A testa dele estava franzida como se tivesse incomodado com a situação, vestia uma camisa de botões preta, uma calça jeans justa também negra e sapato social.

Anahí: Você está horrível.

Alfonso: Obrigada pelo elogio.

Então ele a olhou da cabeça aos pés, descarado, analisando cada canto das curvas dela e umedeceu os lábios. Anahí sentiu um arrepio percorrer sua espinha com apenas o olhar dele penetrando sua pele. Como sempre.

Alfonso: Por que está vestida assim? ― Anahí deu de ombros, um sorriso brincando nos lábios.

Anahí: Por que eu quero – disse, chegando perto dele – O que você vê te incomoda, Poncho? – sussurrou.

Alfonso engoliu em seco.

Alfonso: Não faça isso aqui ― disse, duro. Se afastando dela, não podia perder a cabeça ali, ele sabia. O Brasil era o país campeão em descobri-los.

Anahí: Então a onde? ― sorriu, maliciosa. A cabeça já zonza pela bebida ― Foi pra isso que me trouxe aqui não foi?

Alfonso: Você é louca. ― o Martini dela acabou e o barman rapidamente colocou um novo nas mãos dela que agradeceu, satisfeita. Alfonso grunhiu ― Você não pode beber tanto aqui, temos que tomar cuidado.

Anahí: Alfonso, eu já estou ferrada! Não tive nem coragem de ligar pro Velasco porque não sei o que vou dizer. ― deu de ombros ― Só me resta beber!

E mais uma vez ela estava ali, Alfonso concluiu. A Anahí de antes numa mistura maravilhosa com a Anahí de hoje. E ela era incrivelmente tentadora. Era ácida, prepotente, deliciosa e fascinante. Mas ela também era altruísta. E pensar nisso só fazia Alfonso sorrir largamente. Esta Anahí pensava mais nos outros do que em si mesma. Ela via o bem estar das pessoas sempre à frente do dela e esse foi um dos motivos deles nunca terem ficado juntos realmente. A bondade de Anahí a incinerava inteira. Os amigos, a família, conhecidos, fãs, qualquer um ia antes dela mesma. Ela precisava se certificar que todos ficariam bem, então ela se deixava levar pela maré.

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