Capítulo 30 - Faça valer à pena

3.2K 166 313
                                    




"Eu disse faça valer a pena. Quantas oportunidades preciso lhe dar?" 

Sherlock Holmes   


Miguel: Qual seu problema cara? ― falou, incrédulo, repetira a mesma cena com Alfonso umas cinco vezes e mesmo assim o outro continuava a errar as falas. Eles estavam na Ilha que acontecia às gravações do especial da serie. Alfonso usava uma bermuda florida vermelha e uma regata branca, ele estava totalmente aéreo aquele dia.

Alfonso: Er... hum... Nada ― suspirou ― Desculpe pessoal eu estou meio distraído hoje... ― ele passou as mãos pelo cabelo, nervoso.

Miguel: Isso percebemos. ― olhou pra equipe ― Vamos dar uma pausa pro Herrera galera. ― todos assentiram e Miguel se aproximou de Alfonso.

Miguel: O que ta pegando, Tete?

Alfonso: Nada. ― ele soltou o ar que segurava ― Eu não sei.

A verdade era uma só: Anahí não saia da cabeça dele nenhum só minuto. Ele não conseguia pensar porque toda vez que tentava se concentrar a via nua sob a areia da praia. A via mergulhando no mar, cada curva do seu corpo molhada a mostra, cada maldito pedaço de pele macio que ele acariciou e beijou a noite toda. Ele fechava os olhos e ouvia os risos roucos de Anahí no seu ouvido, a voz dela instigando uma insanidade infortúnia, os gemidos indecifráveis que ela tanto soltou àquela noite o matando lenta e dolorosamente. Ele não conseguia fazer nada sem pensar nela. Na sua cabeça era tudo um amontoado de pele, risadas, desejo e frustração. Alfonso fechou os olhos secamente, apertando-os como se quisesse tirá-la da sua mente. Apagá-la nem que fosse por àquele instante. Fora muito difícil deixá-la sozinha àquela manhã, Anahí dormia nua na cama tão bela que Alfonso sorriu sem perceber com a lembrança. O corpo todo marcado de mordidas e chupões, o cabelo enrolado todo desgrenhado, a cintura vermelha, os olhos fechados, serenos. E um sorriso misterioso nos lábios. Aquela mulher estava o deixando louco, nem trabalhar mais ele conseguia sem ela.

Miguel: Isso tem alguma coisa a ver com a mulher que você passou essas noites??

Alfonso: Que? Não. ― ele suspirou ― Vamos continuar.

Dizendo isso ele bloqueou as lembranças da noite anterior pelas próximas horas, deixou-as trancadas em um lugar escondido da sua mente para poder usufruí-las delas quando bem quisesse. Pois, naquele momento, ele precisava terminar àquela maldita cena.

-

Anahí acordou aquele dia com um sorriso imenso nos lábios, ao abrir os olhos e dar de cara com o sol que invadia o quarto direto da varanda, ela suspirou. Nada fora um sonho. Ela realmente estava ali. A noite passada fora tão real que ela podia sentir as mãos grandes de Alfonso passando por cada curva do seu corpo. Seus mamilos ardiam, tanto pelo sal da água do mar quanto pela língua de Alfonso que os trucidaram na noite anterior. Ela olhou o celular, era pouco mais de 10h da manhã, se espreguiçou na cama observando a bagunça do quarto. Tinham algumas taças espalhadas pelo quarto, duas garrafas de vinho na mesa de centro, algumas roupas jogadas pelo chão, algumas dela outras de Alfonso, ele ficara mais naquele quarto que no dele, será que ninguém havia percebido?! Ela se levantou passando as mãos pelo cabelo, as lembranças da noite anterior vindo como enxurrada, as confidencias que eles trocaram, as palavras carregadas de promessas... As vezes que eles se consumiram na praia e depois quando o nascer do sol se aproximara voltaram ao quarto exaustos. Anahí sorriu se sentando na cama, tudo era um emaranhado de problemas, era sim e ela sabia. Se envolver com Alfonso na fase que sua vida estava não era uma boa idéia. E ela sabia disso. Mas simplesmente era impossível  resistir, eles eram como ímãs que se atraiam cada vez mais e só sossegavam quando se satisfaziam  tornando-se um só. Era essa a verdade. Não havia como lutar contra. Anahí ouviu leves batidas na porta e  sobressaltou-se.

Caminos CruzadosOnde histórias criam vida. Descubra agora