Capítulo 11 - Mi hermanito

3.2K 197 159
                                    

Anahí tentou se esquivar das ligações de Velasco, mas foi quase impossível. Nas horas seguintes ele começou a ligar para sua família inteira, importunando, se fazendo de marido preocupado. Anahí cansou do teatro e resolveu atender.

Anahí: Alô.

Velasco: Sua vagabunda. Você sabe o que fez com minha imagem? Jogou na merda! – gritou, transtornado. E Anahí tirou o telefone da orelha.

Anahí: Cuidado, querido. Posso pensar que está com ciúmes falando assim. – disse, debochada, com um sorriso que não aparecia nos olhos.

Velasco: Volte agora mesmo para casa Anahí ou eu vou acabar com a sua vida. Eu deixo sua mãe morrer, tá me ouvindo? NADA DE PENSÃO ESSE MÊS. – Anahí bufou. Sua mãe estava muito bem obrigada, mas não podia arriscar.

Velasco: Se não vier agora mesmo Anahí, eu juro que mando alguém te buscar na base da porrada.

Anahí: Ora não seja ridículo. Se me bater meto um processo nessa sua cara plastificada. – ela riu, indignada. Como ele se atrevia?

Velasco: Pois então, que tal essa? EU VOU BUSCAR O BEBÂDO DO SEU PAI LÁ NAQUELE FIM DE MUNDO – tomou ar – DOU O QUE SOBROU DO DINHEIRO DE VOCÊS PRA ELE – riu – E DEIXO ELE NO PRÓXIMO CASSINO. QUE TAL ESSA ANAHÍ? – Anahí congelou na hora. Ele não podia colocar seu pai no meio daquilo... Não tinha nada falando dele no contrato... Ela começou a pensar sua cabeça trabalhando rapidamente procurando uma saída, alguma cláusula qualquer coisa, mas ela estava exausta. Suas pernas estavam tremendo, de repente tudo começou a girar. O medo do pai cair em tentação ou pior, conseguir piorar a saúde tão frágil que sua mãe conseguira. Anahí lutou todos esses anos para reerguer aquela família, mas fora um trabalho árduo e incessante... Pra agora isso. Ela balançou a cabeça em negação.

Velasco: Tic tac, tic tac, tic tac o tempo está correndo meu pedacinho de céu. E então? – perguntou, ácido.

Anahí: NÃO FAÇA ISSO! EU VOU – se entregou, sem forças. – SE FIZER ALGUMA COISA COM MEU PAI EU NAO RESPONDO POR MIM MANUEL. EU JURO QUE TE MATO.

Velasco: Te dou duas horas Anahí. – finalizou, desligando na cara dela.

Anahí subiu as escadas com as pernas tremendo, tropeçou caindo no último degrau, o cotovelo raspou na parede e machucou-a. Ela deu um grito e se levantou trançando os saltos. Correu para o quarto e tirou a mala vazia debaixo da cama. Começou a pegar as roupas do closet e enfiar nela de qualquer jeito, completamente transtornada. Enquanto isso, seu celular não parava de apitar. Notificações do Twitter chegando incansavelmente, o tempo todo... As traumadas estavam felizes. Cada uma fazia uma tese diferente do encontro dos dois. Em outra época, talvez, ela tivesse se divertido olhando as diferentes opiniões, mas esse não era o caso no momento.

Que bom que elas estavam felizes, Anahí pensou. Que bom que ALGUÉM no mundo estava feliz, pois Anahí nesse momento só queria se trancar no quarto e chorar. O mundo real caiu bem em cima da cabeça dela, como uma bomba. E essa era a vida real: Seu pai viciado em drogas, álcool e jogos de azar. Sua irmã egoísta, que só pensava nela mesma. Sua mãe com uma doença grave. E só o maníaco do seu marido poderia ajudá-la.

A verdade é que a família de Anahí perdeu muito dinheiro esbanjando e jogando com a sorte. A própria Anahí gastou muito mais do que devia em festas, baladas, roupas caras, jóias, carros e luxo. Ela não nasceu em berço pobre, ela era acostumada a gastar dinheiro sem se preocupar com os gastos. Sua mãe, a socialite, Tisha Portilla, e seu pai, o famoso escritor Enrique Puente estão falidos. Ele estava, até onde ela sabia, internado em uma clínica de reabilitação que ela mesma colocou com a ajuda de Velasco. As propriedades da família Portilla foram hipotecadas para pagar as divida exorbitantes do seu pai. Sua irmã e o marido não têm muito dinheiro e o pouco que têm usam para as próprias futilidades. Invejosos, fazem de tudo para controlar a carreira da estrela da família e lucrar com ela.

Caminos CruzadosOnde histórias criam vida. Descubra agora