XIV - Pique pega.

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Mantinha todos os meus sentidos abertos para não ser pega de surpresa. E foi graças a isso que sentir aquelas auras. Uma se locomovia pelo o ar e a outra por terra, ambas eram totalmente distintas. Obviamente pertenciam a criaturas diferentes.

- Isso está cada vez melhor. – Sorri em antecipação sentindo a adrenalina correr por minhas veias.

"Sentiram isso?" Perguntei.

"Sim. Melhor nos apreçarmos maninha. Perdi contato com a Mel." Droga. Era só o que me faltava.

"Ok. Vamos seguir essas auras algo me diz que se a acharmos, achamos Melissa também."

Corri a plena velocidade seguindo as duas presenças, se eu alçasse voo corria o risco de revelar minha posição; meu treinamento me obrigou a continuar por terra. Cheguei ao que parecia ser um estacionamento, o lugar estava vazio e pouco iluminado. Mesmo assim consegui distinguir uma silhueta no meio do pátio onde deveria haver carros enfileirados. Dei alguns passos para trás tomando distancia, corri e saltei para em seguida segurar na grade e escala-la. Saltei para dentro do estacionamento e peguei a faca de atirar que trazia no cinto.

Ao chegar mais perto consegui distinguir a silhueta. Era um garoto, bem gato por sinal e pasmem. Mel estava em seus braços, os dois estavam tão concentrados olhando um para o outro que nem perceberam minha chegada.

- Mas o que... – Christian juntou-se a mim. Meu irmão estava com os olhos esbugalhados e uma expressão de que não acreditava no que via.

- Isso maninho é o que chamo de bobeou dançou. – Dei um tapinha no ombro dele. – Vamos lá acordar nossa Melzinha para a realidade. Depois ela pode baba no gato depois. – Tomei a frente e quando fiquei a poucos metros dos dois pigarreei chamando a atenção para mim. – Eu estava morrendo de preocupada, mas pelo que vejo está muito bem dona Mel.

- Chal's! – Mel olhou para mim se dando conta do momento comprometedor que presenciei. Só para não perder a viagem sorri maliciosa. – Pode me colocar no chão agora. – É maldade rir do desespero dela?

- Como quiser senhorita. – Com cuidado e a delicadeza que parecia ser impossível alguém com aquele porte, ele colocou Mel no chão.

- Obrigada. – A morena saiu de perto do gato desconhecido como se o cara desse choque. Não precisa ver para ter certeza que minha priminha estava corando.

- Não há de quê. – O tom risonho dele deixava claro que estava achando graça do desconforto da garota que agora parecia querer muito sair correndo dali.

- Quem é você? E o que está fazendo aqui? – Nossa maninho que grosseria é essa? Isso tudo é ciúmes?

- Sou Zafir e estava passando quando sentir presenças estranhas e resolvi ver o que era. Foi bem na hora. Porque por pouco a pequena alada aqui não fez um pouso forçado. – Zafir mostrou Melissa com o polegar.

- Hum... Quem te atacou Mel? – Caraca meu irmão está quase rosnando pronto para tirar Melissa de perto do outro garoto.

- Não sei... O golpe veio de cima não deu tempo me defender ou ver quem atacou. – Mel levou a mão até a cabeça fazendo uma careta.

- Acho que vamos descobrir em breve. – Zafir olhou para cima. Olhamos na mesma direção. Pouco a pouco uma silhueta ficava visível conforme se aproximava em alta velocidade. – Cocô de dragão! Afastem! – Droga! A criatura estava vindo em nossa direção com a velocidade de uma bala. Dei um salto para trás percebendo tarde demais que o alvo era Melissa.

- Cuidado Mel! – Chris ia se lançar para frente para interceptar o ataque, mas um leão de pelos castanhos que não sei de onde saiu foi mais rápido. O felino se atracou com a criatura alada rolando pelo chão em uma mistura de rugidos e grunhidos.

Guardiões - Descendentes. Vol 2.Onde histórias criam vida. Descubra agora