Durante todo o caminho de volta para casa permaneci em silencio, eu tentava entender o que havia acontecido. Obviamente eu tinha uma suspeita, melhor dizendo, um suspeito; no entanto decidi guardar isso para mim naquele momento. As meninas visivelmente estavam cansadas, principalmente melissa que estava distante e visivelmente apreensiva.
- Nos vemos amanhã quando formos para a escola. – Mel saiu do veículo assim que Charlie estacionou em frente a casa dela. A garota acenou brevemente se esforçando para parecer está bem e então entrou.
- Acha que é algo grave entre tia Lizie e tio Ed? – Arrisquei perguntar para minha irmã.
- Não faço a menor ideia. – A loira dirigiu por mais alguns metros antes de abrir a nossa garagem e entrar com o carro. – Mas de qualquer forma Mel vai precisar do nosso apoio. – Charlotte desligou o carro e tirou a chave de ignição e se pós de joelho no banco olhando para o banco do carona onde Aly dormia. – Ei aurora acorde, chegamos. Vai querer que peça a seu príncipe que venha te acordar com um beijo?
"OI? Que príncipe?" Olhei para minha irmã confuso.
"Se não fosse tão lerdo saberia." Charlie me lançou um olhar zombeteiro.
- Hum... – Alysson balbuciou antes de abrir os olhos. – Já? – A morena bocejou.
- Ham ram. – Charlie abafou uma risada se divertindo com a cara cheia de sono da amiga.
Desde que Aly passou a treinar com nossos pais, ela, melissa e minha irmã ficaram ainda mais próximas. Coisa que não estava acontecendo comigo, ainda havia uma certa dificuldade de nos aproximarmos e eu não sabia como contornar isso. Sinceramente deve ter algum problema comigo, a menina que eu gosto nem faz conta de mim e está se chegando para um werecat traira, e de alguma forma arrumei um jeito de afastar minha nova amiga, é muita falta de sorte para um guardião só.
Ajudei Aly a descer do carro a apoiando em mim, ela mal conseguia ficar em pé de tanto sono. A guiei até uma porta lateral que dava direto para a sala de estar. Charlotte ligou as luzes e colocou as chaves sobre a mesinha de centro.
- Não sei vocês, mas estou faminta. – Minha irmã rumou para a cozinha.
- Acho que vou aceitar um copo de leite. – Aly bocejou me fazendo ter vontade de bocejar também. – Obrigada Chris, posso caminhar sozinha agora. – Ela se desvencilhou de mim e seguiu minha irmã.
- Não há de que. – Murmurei torcendo para que ela me ouvisse. Acho que se eu quiser que as coisas voltem a ser como antes precisarei conversar com ela e colocar tudo em pratos limpos, mas não agora. Minha cabeça está cheia e mal consigo raciocinar direito.
Juntei-me as garotas na cozinha as duas estavam sentadas a mesa comendo cookies com leite. Peguei um como me servi com o leite e sentei-me ao lado de minha gêmea. O único som ouvido no recinto era de mordidas nos cookies e goles nos copos, graças a esse silencio ouvimos a porta abrir e nossos pais entrarem.
- Minha nossa que silencio é esse? Entramos na casa certa? – A voz de mamãe soou na sala. Logo os dois nos encontraram na cozinha. – Também estou faminta, aquele pessoal não sabe dá uma festa. – A mulher loira pegou uma bolacha no prato.
- Vão querer o que pegamos do escritório do Kalil agora? – Perguntei depois de bebericar um pouco de leite.
- Amanhã vocês nos entregam amanhã. Vamos analisar todos juntos. – Papai se desfez da gravata borboleta. – Vamos sininho? – Ele estendeu a mão para a esposa que a segurou.
- Terminem o lanche e vão para cama, está tarde. – Mamãe antes sair pegou um segundo cookie.
Depois que comemos fomos para nossos quartos, mais do que contente tirei aquela roupa de garçom ridícula, tomei um banho rápido e então deitei. No entanto; demorei a dormir, o que não era normal para mim. Todas as vezes que fechava os olhos os acontecimentos da noite de hoje vinham a minha mente junto com a vontade de bater em um certo alguém. Eu sempre soube que aquele cara não era confiável! Se o pegar não me responsabilizo por meus atos. Foi com esses pensamentos que adormeci.
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Guardiões - Descendentes. Vol 2.
FantasíaNesse novo capítulo da história de guardiões teremos nossos quatro protagonistas se aventurando no mar tortuoso que é a paternidade e ainda terão que lidar com os perigos que os cercam enquanto tentam manter a terra segura.