XLIV - Atitude é a chave.

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Olhava para meu guarda-roupa indecisa qual vestir, nota mental: nunca deixar Charlotte sozinha em uma loja. Tive que tirar as roupas antigas de dentro do móvel para poder colocar as novas e agora me encontrava em um terrível dilema.

- Ok Aly, você só tem dez minutos até Charlie chegar. - Resmunguei. Sem mais paciência peguei um short jeans que vinha até a metade da coxa, uma blusinha branca e uma camisa xadrez que amarrei na cintura. Por último calcei os all star bem na hora que a buzina familiar soou do lado de fora. Peguei a mochila e desci correndo escada a baixo, dei um beijo na bochecha de minha mãe e corri para a porta.

- E o café da manhã filha? - Ela chamou.

- Como algo na escola, estou atrasada. - Fechei a porta e corri até o carro preto que mais parecia uma nave. - Bom dia Chal's, bom dia Mel... - Abri a porta traseira, mas aí percebi que Melissa não estava no carro. - Mel não vai hoje?

- Bom dia Aly. Mel está hibernando confortavelmente debaixo das cobertas a essa hora. - Franzi o cenho confusa, Charlotte parecia cansada. - Venha, sente-se aqui na frente estou me sentindo solitária. - A loira fez cara de cão abandonado. Revirei os olhos, mas fiz o que ela pediu e sentei-me no bando do carona. - Tá gatinha. - A garota analisou-me descaradamente fazendo-me corar. - Se Chris não cair na real parte para outra. - Ela deu partida.

- Pare Charlie. - Ela apenas riu se divertindo com meu constrangimento. - O que aconteceu com Melissa? - Tratei de mudar o rumo da conversa.

- Fomos acordados na madrugada por um espirito marinho equino com problemas de comportamento. Voltamos tarde e Mel não estava recuperada para vir para a escola.

- E você está com cara de sono, mas não parece estar tão mal.

- É porque eu e Christian somos diferente.

- Não entendo. - E era verdade. Sabia que os três eram guardiões, mas não entedia essa tal diferença que Charlie estava falando.

- Como vou te explicar sem que se pareça uma aula de biologia? - A loira Fixou o olhar na estrada. - Mel ao contrário de mim e Christian é meio guardiã filha de um guardião completo e uma humana. Minha mãe também é uma meio guardiã o que faz de mim e de meu gêmeo mais imortais do que humano.

- E isso faz alguma diferença?

- Muita, nem eu e nem Chris tivemos a dificuldade que Mel teve antes de conseguir o colar.

- Que colar?

- Esse. - A loira soltou uma as mãos que estava no volante e levou para dentro da blusa tirando de lá um colar com pingente de asas cravejado de pedrinhas azuis. - Serve para nos ajudar a canalizar e controlar nossos poderes. Enquanto Melissa não tinha isso ela tinha certas dificuldades. Não conseguia se concentrar com facilidade e a coordenação motora não lá essas coisas; se não tivesse pais que entendessem ou soubessem o que estava acontecendo provavelmente seria diagnosticada com TDH como minha mãe foi. Passamos por horas de treinos desde os seis anos para que aprendêssemos a nos adaptar a nossas habilidades.

- Acho que entendi. - As coisas eram mais complicadas para eles do que mostravam ser e eu fiquei ainda mais admirada com capacidade deles de enfrentar as dificuldades e continuar com o otimismo. - Espero que Mel se recupere. - Cerca de quinze minutos depois estacionamos em frente a escola e como no dia anterior Chris estava com Safira. - Hoje o dia vai ser longo. - Suspirei.

- Porque? - Minha amiga tirou a chave da ignição.

- Porque segurar vela para você e Pollux e para Christian e Safira. - Fiz careta ao falar o nome da líder de torcida.

- Só vai segurar vela se quiser. Bem sei que o aluno novo se interessou por você. - Aaron o garoto que veio da Coreia parecia ser um cara legal, foi muito educado e gentil ontem enquanto mostrava a escola para ele, mas... - Não estou dizendo para desistir de meu irmão, mas não quero que pare sua vida por causa dele. As roupas são apenas uma pequena parte de um todo, o principal é a atitude.

Guardiões - Descendentes. Vol 2.Onde histórias criam vida. Descubra agora