Guardiões - Descendentes. Vol 2.

XV - Atitude tardia.

Acordei meio atordoado, as lembranças da noite anterior estavam bagunçadas em minha mente. Meus pais pareciam saber algo que não queriam nos contar, fui um perfeito idiota com Melissa e talvez a tenha magoado e ainda tem ser werecat misterioso que aparece do nada. Droga. Preciso fazer alguma coisa, pelo menos a respeito do assunto que posso resolver agora. Arrumei-me rapidamente e desci para tomar café da manhã. Charlotte já estava lá parecendo concentrada de mais em suas panquecas.

- Bom dia. – Sentei ao lado de minha irmã que murmurou algo incompreensível. É tem algo errado com ela.

- Bom dia querido. – Mamãe beijou-me na bochecha e colocou um prato com meu café da manhã a minha frente.

- Obrigado mãe. – Coloquei calda sobre as panquecas.

"O que há Charlie?" Perguntei mentalmente.

"Pergunta para o papai o que ele descobriu com o interrogatório da harpia e do lobo caçador." Franzi o cenho sem entender, mas fiz o que ela pediu.

- Papai. O que os dois invasores de ontem falaram? – Mordisquei uma porção de panquecas e esperei pela resposta. Meu pai olhou para Charlie que fingiu que não viu a olhada e depois ele olhou para mim. Minha irmã já havia feito essa mesma pergunta.

- É cedo ainda para chegar a qualquer conclusão, não se preocupem ok? Estamos cuidando de tudo. – Papai sorriu ao ouvir o bufo de minha gêmea. Agora está explicado a esquisitice dela.

"Relaxa maninha. Lembra do mapa que tio Orion nos deu? Vamos começar a estudar ele com mais atenção e vamos conseguir essas respostas."

"Pensei a mesma coisa." Charlotte deu um meio sorriso que fez nossos pais arquearem as sobrancelhas. Ri internamente sabendo que eles ficariam de olho em nós.

Dez minutos depois fomos esperar Melissa que pela primeira vez não estava a nossa espera em frente a sua casa e isso me deixou um pouco inquieto. A morena veio ao nosso encontro poucos minutos depois.

- Bom dia Chal's, bom dia Christian. – Mel nos cumprimentou, porém não havia um pingo de animação em sua voz. Ela pegou o capacete reserva de minha irmã e subiu na garupa. Minha prima mal olhou para mim, me dando a certeza que eu era a causa de sua tristeza.

Estacionamos em frente à escola, foi estranho não passar pela casa de Alysson para busca-la, mais estranho ainda foi mais estranho fazer todo o percurso até aqui em total silencio. Nem Mel e nem Charlie falaram alguma coisa, os motivos eram diferentes, mas não deixava de ser desagradável. Esse clima estranho está me enlouquecendo.

Pollux estava a nossa espera em frente ao portão. Minha irmão correu até o namorado e se atirou nos braços dele o fazendo rir enquanto o beijava como se não se vissem a uma um ano. Fiquei para trás com Mel, não era divertido segurar vela quando minha companheira de castiçal está de mal comigo. Certo Christian. Faça alguma coisa agora, coloca essa covardia de lado, pelo menos por agora.

- Mel. – A chamei hesitante com medo de ser ignorado.

- Hum? – Ela olhou-me esperando que eu falasse.

- Eu... Quero pedir desculpas por ontem. Fui um idiota com você. – Esperei por uma resposta. Mel franziu cenho como se não soubesse do que eu estava falando.

- Ah. – Seus olhos verdes se encheram de compreensão. – Nem lembrava mais disso. Está tudo bem Chris, estávamos todos meio estressados. Ontem foi um dia cheio.

- Se não era por isso, então porque está com essa cara? – Foi minha vez de ficar confuso.

- Não consegui dormir direito pensando nos acontecimentos de ontem. – A morena cochichou a última parte e olhou de relance para Pollux que estava concentrado conversando com Charlotte. As testas coladas alheios ao que acontecia ao redor deles, suspirei internamente na dúvida se chegaria ao mesmo estado que aqueles dois.