XXVII - Não corra atrás das respostas.

243 38 445
                                    

Acordei pela manhã com um pouco de dor onde o bandido havia me acertado na noite passada. Devagar levantei sentindo uma fisgada nas costela que tomou meu folego momentaneamente. Com cuidado fui para o banheiro, escovei os dentes e dei um jeito na juba a amarrando em um coque frouxo. Retornei para o quarto e diante do espelho levantei a blusa do pijama expondo o abdômen. Na lateral de meu corpo encontrei um belo de um hematoma roxo. Não era para menos que estava sentindo dor, tinha sorte por não ter ganhado uma bela de uma infecção. É como papai sempre diz: tudo tem um lado bom, basta olhar do ângulo certo.

Tirei o pijama e vesti a roupa mais confortável que encontrei, um short curto de feltro e uma blusa folgada, tudo isso para não piorar ainda mais o estado de minhas costelas. Antes de descer peguei meu celular sobre a mesinha de cabeceira percebendo que havia uma mensagem de Charlotte. A loira havia enviado por volta da meia noite não muito depois de termos chegado em casa. Li o conteúdo da mensagem e quase derrubei o aparelho no processo.

Aly havia voltado a ouvir, me detive por alguns segundos lendo a palavra audição melhorada, tentando assimilar o significado. Sinceramente não sabia o que esperar daquele novo fato, só me restava esperar mais notícias. Deixei o celular onde havia pego e então desci. Na cozinha meus pais conversavam concentrados absortos em algum assunto importante que fizeram de encerrar assim que me ouviram chegar. Isso é tão frustrante.

- Bom dia princesa.

- Bom dia papai. – Sentei-me conseguindo disfarçar a frustração com a dor ao machucar as costelas. – Porcaria. – Serrilhei os dentes.

- Está tomando os remédios direito querida? – Mamãe observou-me preocupada.

- eu... – Se falasse que sim eles sacariam na hora que tinha algo errado e não queria passar por uma seção interminável de perguntas que acabariam me pegando na mentira. – Devo ter esquecido uma ou duas vezes, achei que já estava melhor e não precisava mais tomar os medicamentos.

- De onde você herdou essa teimosia? – Mamãe levou uma das mãos a testa olhando-me ainda preocupada.

- Quer a verdade ou uma meia verdade? – Papai ergueu as sobrancelhas de maneira divertida.

- Céus Edward. – Mamãe revirou os olhos. – Em parte a culpa é nossa, por deixa-la em casa sozinha. – Concordo, deveriam era me levarem com vocês e deixar ajudar nas investigações. – A mulher morena suspirou pesadamente. – Mas como não há outro jeito, a senhorita vai tomar o café da manhã depois vai tomar os remédios direitinho. – Assenti porque não era louca de deixar minha mãe zangada.

- Sei que não está satisfeita em ficar de molho em casa, mas precisa se recuperar. – Papai me olhou com ternura.

- Não me importo de ficar sozinha. – Cortei as panquecas cobertas om chocolate e levei a boca, mastiguei devagar deliberadamente não queria conversar, porque iria acabar falando o que realmente me incomoda e correria o risco de deixar algo escapar que não deveria.

Papai vendo que eu não estava a fim de manter um diálogo bufou descontente, ele detestava silencio absoluto, principalmente durante as refeições porque sabia que eu ou mamãe estávamos chateadas com algo.

- Mel... – Ergui o olhar encontrando o de minha mãe.

- Sim?

- Não é nada querida. - Seja lá o que ela fosse falar, mudou de ideia.

Os dois saíram logo depois do café da manhã e que tiveram certeza que tomei os remédios prometendo que voltariam cedo e que faríamos um de nossos programas em família. Essa última parte me animou um pouco porque significava que ficaríamos os três até tarde vendo filmes de terror ruins nos entupindo de sorvete e rindo das cenas sem noção. Des que voltei da Sibéria ainda não havíamos feito isso.

Guardiões - Descendentes. Vol 2.Onde histórias criam vida. Descubra agora