XXXVI - Se não pode com eles junte-se a eles.

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Estava chateada, com raiva e também orgulhosa. Doido não é mesmo? Estava chateada comigo mesmo por não ter nenhuma atitude em relação a Christian e a outras cosas, como por exemplo continuar abaixando a cabeça na presença de determinadas pessoas da escola, era ridículo e involuntário. Minha raiva era direcionada a Safira, sei que ela não tem culpa de ter mais atitude do que eu; porém não conseguia afastar a sensação de que havia algo errado com ela.

Posso até está ficando paranoica, mas era mais forte do que eu e não ciúmes ok? Porque sinto isso junto com o ciúmes o que é quase tão insuportável quanto não conseguir me controlar e começar a chorar quando os vejo juntos. Patético eu sei, mas fazer o que se tenho sangue latino nas veias e minhas emoções são tão intensas? Pelo menos tive um motivo para me sentiu um pouco melhor. Conseguir ajudar Melissa levantou um pouco meus estral e não vou mentir, me divertir ao ver Chris bufar contrariado quando soube que Mel matou aula e saiu com o tal do Zafir.

Agora estava com Charlie saindo de um Burguer King logo após de termos almoçado, não podíamos chegar na casa dela carregando a mochila de Melissa sem ela está conosco. Sem dúvida isso levantaria suspeitas por parte do adultos que de bobos não tinham nada. Para completar não tínhamos como saber se Melissa já havia resolvido o que tinha para resolver já que deixou o celular dentro da mochila, celular esse que tocou estridente assim que entramos no carro.

- E agora? – Olhei para Charlotte pedindo socorro.

- Ver quem é. – A loira deu partida nem um pouco preocupada. Abri o bolso lateral da mochila e peguei o aparelho. Congelei ao ver o nome que piscava na tela. – Quem é?

- É o pai dela. Ferrou Charlie. – Alguém me dá um saco de papel para eu hiperventilar?

- Não surta Aly, me dá esse celular para cá. – Sem pestanejar fiz o que foi pedido. Charlotte atendeu a ligação como se nada estivesse acontecendo. – Oi tio... Mel? – Franzi o cenho sem entender como e porque Melissa está telefonando do celular do pai dela. – Porque raios você foi para casa? Esqueceu que matou aula? Perdeu a noção do perigo Melissa Turner? – Em momentos como esse Charlie me assustava um pouco. – Não me manda ficar calma... Ok, me espera na calçada, não ouse entrar lá em casa sem mim, não sei qual foi a lorota que contou para seus pais, mas pode apostar que minha mãe não vai sossegar até arrancar a verdade e se prepare para responder minhas perguntas. Até loguinho.

- E aí? – Perguntei por fim.

- Minha adorável cabeça de vento está em casa, acho que aconteceu alguma coisa ela me pareceu meio fora do ar. – Charlotte entregou-me o celular e deu partida acelerando em seguida. Tratei de guardar o aparelho celular e colocar o cinto de segurança.

Graças o jeito veloz e furioso que minha amiga loira dirigiu chegamos na casa dela em tempo recorde. Mel nos esperava sentada no meio fio parecendo entediada, ela saltou ficando de pé assim que o veículo parou a centímetros dela. A morena seguiu o carro até estacionar na garagem. Saltei para fora do carro e entreguei a mochila para sua dona.

- Obrigada Aly. – Melissa sorriu. – Perdi muita coisa?! – Charlotte tinha razão, Melissa estava estranha, meio agitada e ansiosa. Seus olhos verdes brilhavam refletindo todas aquelas emoções.

- Vamos lá Mel, hora de contar tudo. – Charlie travou o carro e se postou ao nosso lado.

- Não vou nem poder almoçar antes?

- Eu e Aly já comemos. – Charlie deu de ombros e Melissa a olhou indignada. – Ok, ok. Vamos logo.

Seguimos a loira mandona e entramos na casa, na sala estava o pai dela concentrado em uma folha de papel. Sua testa estava tão franzida que era possível ver pequenos vincos na pele.

Guardiões - Descendentes. Vol 2.Onde histórias criam vida. Descubra agora