XLI - O Kelpie desgarrado.

203 37 312
                                    

"Uma coisa é certa, quando ele reunir os quatro cavaleiros nada o impedirá de pegar a criança da profecia." Uma ova que vai! Resmunguei para a fala de Joaninha que teimava em ficar em meus pensamentos rondando como um cão raivoso. Sacudi a cabeça tentando me concentrar na tarefa que estava desempenhando antes que eu deixasse o que estava vigiando no fogão cozinhar demais, que no caso eram as batatas que Mady iria rechear para o nosso jantar.

- Sky amor, acho que essa batata já estão cozidas. – A guardiã mostrou a água em ebulição dentro da panela.

- Ah! – Apressadamente desliguei o fogo e com a ajuda de um pano de pratos levei o recipiente fumegante para a pia e com cuidado despejei a água aos poucos para não derrubar nenhuma batata dentro da pia. Em seguida coloquei a panela debaixo da torneira e a abri deixando a agua fria esfrias os tubérculos. – Desculpe sininho, quase estraguei essa. – Suspirei envergonhado.

- Está preocupado com o que descobrimos hoje, não é? – Mady pegou o pano de pratos de minha a mão a colocou sobre a pia e envolveu minhas mãos nas dela.

- Sim. – Assenti. - Acrab está disposto a tudo e como no passado não se preocupa com o quem irá ferir. Somente o que importa é o objetivo final. – Engoli em seco sentindo o gosto amargo do rancor na boca. Jamais o perdoaria pelo que fez a Madison e agora está perseguindo meus filhos.

- Vamos pará-lo meu príncipe. Aquele crápula covarde ainda está à procura do último cavaleiro, vamos usar isso a nosso favor.

- Tem razão. Obrigado sininho. – A selei.

- Não há de quê. É sempre um prazer tirar essa carinha emburrada. – Ela sorriu afastando-se. – Estava pensando...

- Eita. – Fingi medo.

- Muito engraçado senhor guardião. – Madison estreitou os olhos me advertindo. Selei os lábios mostrando que não falaria mais nada. – Aquela criaturinha no ferro velho... – Não precisava que ela terminasse de falar para eu entender onde queria chegar. – É um gramlin e me lembro bem de ouvir você me chamar de pequena gremlin no passado. – Opa! Estamos entrando em um terreno perigoso. – Não tem nada a dizer? – Minha esposa cruzou os braços esperando por uma explicação.

- Mady querida. Isso foi logo quando te conheci e passei a te seguir. Enquanto a observava percebi como você era um tanto... – Escolhi a palavra com cuidado. – Desajeitada.

- Sabe que não está melhorando a situação para seu lado não é? – Ela arqueou uma das sobrancelhas.

- Amor. Era só um apelido bobo. – A abracei pela cintura a trazendo para perto. – Vai mesmo ficar chateada? – Rocei meu nariz no dela. Os lábios dela tremeram enquanto tentava se manter séria. – Foi sua descoordenação que chamou minha atenção. – Encostei minha testa na dela e olhei dentro dos olhos dela.

- Sky. Você é tão frustrante. – A guardiã revirou os olhos.

- É uma das minhas qualidades. – Ri e a beijei deixando-me desprender das preocupações, pelo menos por hora. Ainda em meio ao beijo ouvi a porta da frente ser aberta e Charlie anunciar sua chegada.

- Mãe? Pai?

- Aqui querida, na cozinha. – Suspirei hesitante em separar-me de minha guardiã, porém era preciso ou caso contrário ninguém jantaria hoje.

- Atrapalho alguma coisa? – Charlie entrou na cozinha.

- Não. – Mady saiu de meus braços para cumprimentar a filha. – Como foi com as garotas? Se divertiram bastante?

- Muito. – Charlotte sorriu daquele jeito que já sabíamos que ela havia aprontado algo.

- Deixe-me adivinhar, estourou o limite do cartão? – Peguei uma batata para retiras um pouco do miolo para colocar o recheio dentro.

Guardiões - Descendentes. Vol 2.Onde histórias criam vida. Descubra agora