Guardiões - Descendentes. Vol 2.

XVIII - Abrindo o verbo.

Estava confusa e não conseguia acordar, sentia meu corpo dormente e parecia pesar uma tonelada. A última coisa que lembrava antes de tudo mergulhar na escuridão é de estar indo com meu irmão e Aly para estacionamento do shopping esperar o retorno de Melissa quando uma dor aguda atingiu minha nuca. Depois disso tudo girou e nada mais fez sentido. Abri os olhos encontrando meu quarto banhado pela penumbra. Não fazia ideia de como havia ido parar ali.

- Hum... – Minha boca estava seca e com gosto de areia. Tentei sentar, mas minha cabeça girou forçando-me a ficar deitada. – Porcaria. – Não reconheci minha própria voz. Estava rouca e arrastada. – O que raios fizeram comigo?! – A porta do quarto abriu revelando a face de minha mãe, ela cruzou o cômodo rapidamente sentou-se na beirada do colchão.

- Charlie minha pequena. – Mamãe tocou minha testa checando minha temperatura. Ela estava visivelmente preocupada. – Como se sente?

- Estranha. Minha boca está seca, meu corpo pesa... O que aconteceu mamãe?

- Espere um pouco. – Ela inclinou-se em direção ao criado mudo. O som de liquido sendo derramado em um recipiente fez minha boca salivar. Mamãe ajudou-me a sentar recostando minhas costas na cabeceira da cama e em seguida entregou-me um como com água, que bebi mais que contente. – Tentaram sequestras vocês.

- O quê? – Tossi engasgando-me. – Onde está Chris? E Melissa... Aly viu tudo... – Meu coração disparou conforme a ansiedade aumentava.

- Fique calma Charlie. – Mamãe pegou o copo de minha mão e abraçou-me. – Christian está bem, ainda não acordou. Eles sedaram vocês para terem certeza que não escapariam. Eu e se pai os resgatamos graças a Melissa que seguiu os raptores e Alysson no momento está com Edward e Lizie dormindo, Ed teve que dá um calmante a ela. Depois do que viu ficou bastante assustada e agitada.

- Então... Todos estão bem? – Inspirei o perfume familiar de minha mãe.

- Sim querida. Vencemos isso sem muitos transtornos. – Franzi o cenho não entendendo a última fala.

- Como assim? Aconteceu mais alguma coisa? Quem se machucou?

- Mel caiu de moto enquanto perseguia os bandidos.

- O que?! Preciso ir vê-la mãe... – Sai do braços dela.

- Agora não. O efeito do sedativo ainda não acabou. Melissa está bem, pode vê-la quando estiver totalmente recuperada. – Bufei sabendo que não adiantaria discutir, teria que esperar. – Tente repousar. Vou preparar algo para você comer.

- Obrigada mamãe. – Forcei-me a parecer o mais inocente possível.

- Já venho. – Ela beijou minha testa e saiu do quarto.

Apurei minha audição buscando ouvir quando ela alcançasse a escada e ao ouvir os passos dela descendo os degraus joguei as pernas para fora do cama e me forcei a levantar. Parei em pé quando o quarto todo girou, inspirei fundo e esperei a vertigem passar. Cambaleando alcancei a escrivaninha, abri a gaveta e de lá peguei um a folha de papel e uma caneta. Rabisquei rapidamente explicando que estava indo ver Mel. Não queria que minha mãe surtasse. Madysson Clark surtada é assustadora.

Acostumando-me com equilíbrio avariado fui para a sacada do quarto, abri as cortinas e em seguida a porta que dava para a varanda. Segurei-me no parapeito e olhei para baixo. Enxuguei um gota de suor que escorreu pela testa, a tontura me deixou enjoada. Estou começando a odiar de verdade esses caras. Abri as asas e voei parecendo um pelicano bêbado, tomei cuidado para não bater em nenhum poste. Pousei desajeitada na sacada do quarto de Melissa. Retraí as asas, mas antes de entrar no quarto ouvi a voz sussurrada de minha prima.