LXVIII - Confusos.

126 23 97
                                    

Estava em choque, na verdade estava paralisada. Zafir filho de meu marido com outra... pior estava namorando nossa filha. Minha mente parecia estar em branco enquanto minha mente absorvia aquilo tudo; no entanto o choro copioso de minha filha trouxe-me para fora da nevoa de confusão que confundia meus pensamentos.

- Shhhhhh princesa. Calma, mamãe está aqui. – A abracei, mas Mel pareceu não notar meus braços a volta dela.

- Melhor levá-la para cima. – Mady sugeriu. Minha amiga estava tão perdida quanto eu. Edward aproximou-se, mas o impedi com um manear de cabeça.

- A levo. – Sky levantou-se de seu lugar. – Lizie. – Ele olhou-me pedindo que soltasse minha filha. Relutante deixei que o guardião a pegasse no colo, ela não relutou ou mexeu-se, apenas continuou com o choro baixo e incessante. Sky colocou Melissa na cama e então saiu nos deixando sozinhas.

Deitei-me junto de minha filha e a trouxe para junto de mim e deixei que ela chorasse toda sua dor. Afaguei seus cabelos murmurando palavras de consolo.

- Porque mamãe? Porque dói tanto? – Mel soluçou em meio as lágrimas.

- Estou aqui minha princesa, vamos passar por isso juntas.

- Não é justo.

- Eu sei meu amor.

- Se ele... se ele for embora? - As mãos de minha filha se fecharam em minha blusa. - Não vou aguentar mãe.

- Ele não irá. - Era uma promessa que não deveria estar fazendo, mas era 9 melhor que poderia fazer para pelo menos acalentar um pouco o coração partido de minha filha.

Mel chorou abraçada a mim até adormecer. Fiquei com ela até ter certeza de que dormia profundamente. Levantei devagar para não acordá-la, pelo menos enquanto dormisse minha filha teria um pouco de paz. Beijei a testa dela e ante de sair fechei as cortinas deixando o quarto na penumbra, fechei a porta e então desci.

Sky e Mady haviam ido embora deixando apenas Edward. O guardião estava sentado no sofá, suas mais estavam na cabeça enquanto olhava para baixo. Ao ouvir meus passos ele levantou-se e olhou-me ansioso. Seus olhos verdes vermelhos o denunciavam, ele estava chorando. Isso de certa forma aplacou minha raiva apesar de ainda querer muito bater nele.

- Como nossa filha está?

- Está dormindo agora... - Estava tentando manter o controle. Discutir aquele momento não seria uma boa ideia. Mesmo querendo falar o que está entalado em minha garganta.

- Liz... Precisamos conversar.

- Não... Agora não. - Passei por ele indo para a cozinha.

- Por favor... - Ele segurou meu braço. Respirei fundo, mas já era tarde, a raiva borbulhou dentro de mim.

- Já disse que não! - Gritei e puxei meu braço me libertando da mão dele. Edward encarou-me surpreso. - Só me dê um tempo... - Travei o maxilar contendo a vontade de gritar e esmurrá-lo.

Caminhei decidida para a cozinha onde o almoço permanecia intocado nas panelas. Deixei um longo suspiro escapar, procurei por vasilhas para colocar o almoço e guardar na geladeira. Enquanto isso tentava entender o que havia acontecido.

Meu marido desconfiava de ter tido um filho fora do casamento... filho esse que também é cria daquela werecat dispudorada. Agora ela teria todos os motivos para se reaproximar do meu marido.... Ah, mas de jeito nenhum! Por culpa dela minha filha se apaixonou pelo meio irmão e agora ela está sofrendo!

Novamente a raiva dentro de mim explodiu, dessa vez aquela sensação de não ser eu mesma retornou. Minha respiração acelerou junto com as batidas do meu coração. Na pia um copo explodiu estilhaçando-se, cacos de vidro espalharam-se sobre a pia. Os passos apressados de alguém entrando na cozinha ecoaram longínquo, era como se minha consciência estivesse se perdendo.

Guardiões - Descendentes. Vol 2.Onde histórias criam vida. Descubra agora