XXII - Fujões.

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Quem puder, leia o capítulo ouvindo a musica do casal desse capítulo :3

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Ao abri os olhos quase tive as pupilas pulverizadas pela claridade que entrava pela sacada aberta. Minha cabeça parecia que iria rachar ao meio, a boca estava com um gosto amargo e quando levantei estava um pouco tonta e com as pernas fracas. Céus! Será que tentaram me sequestrar de novo? Meu estomago estava embrulhado, mas quando corri para o sanitário nada saiu por minha boca. Tentei lembrar o que havia acontecido para me deixar assim, porém minha mente estava enevoada e as memorias desconexas.

Abri o armário sobre a pia pegando um vidrinho de aspirinas, peguei duas e em seguida as coloquei na boca e abri a torneira e juntei as mãos em concha debaixo da água corrente. Bebi o suficiente para fazer os comprimidos descerem e depois tomei pequenos goles sentindo a sede diminuir um pouco. Aproveitando que estava no banheiro tirei o pijama que não lembro de ter colocado ontem à noite e entrei no boxe. Liguei a água deixando na temperatura fria e deixei que escorresse pelo meu corpo. Encostei a cabeça no azulejo branco e fechei os olhos em uma tentativa de diminuir a dor lancinante.

Me arrumar para ir para a escola nunca foi uma tarefa tão difícil. Coloquei um óculos escuro para diminuir minha sensibilidade a luz. Sentia-me uma vampira acordando no horário errado. Meus pais e meu já estavam tomando café da manhã.

- Bom dia. – Murmurei. Minha voz estava desagradável aos meus ouvidos. Sentei-me e servi com suco de abacaxi e gengibre e uma fatia de bolo. Torci para que meu café da manhã não resolvesse fazer o caminho contrário.

- Tudo bem Charlie? – Os olhos perspicazes de meu pai sondaram-me. – Parece abatida.

- Ainda estou com sono. – Beberiquei um pouco de suco.

- Ficou até tarde de novo no celular com o namorado? – Quem me dera mamãe, mas por via das dúvidas assenti em confirmação. Papai grunhiu ao ouvir a palavra namorado. Ele não ficava no meu pé nem nada, mas não escondia o desagrado em relação a Póllux.

"Maninha você está parecendo um zumbi." Chris me olhou de esguelha escondendo o sorriso na caneca.

"Obrigada pela parte que me toca. O que aconteceu ontem à noite? Não lembro direito."

"Você bebeu maninha e surtou legal." Vou socar Christian se ele não fizer esse sorrisinho desaparecer.

"Droga. Descobriram alguma coisa antes de eu botar alguma coisa a perder?"

"Nada, quase que nossos pais nos pegam. Foi por pouco."

"Menos mal. Agora vamos ter que esperar Zafir aparecer com outra dica. Porque a descoberta da Mel a respeito do mapa não nos diz muito e como sempre nossos amados pais vão nos deixar por fora."

"Tenho minhas dúvida em relação a autenticidade das informações trazidas por aquele werecat."

"Corta essa Chris. Até entendo que esteja com ciúmes, mas essa implicância está ficando ridícula. Desconfiar do cara só porque ele tem a coragem que você não teve é exagero. A presença de nossos pais naquela boate só prova o quanto a informação dele era quente." Chris me olhou com cara de cão abandonado. "Nem vem, que hoje não estou boa."

Durante todo o café da manhã me esquivei de qualquer pergunta que me fizesse deixar escapar algo que deixasse os dois guardiões de orelha em pé e desconfiados a respeito de nossa aventura noturna de ontem. Dirigi para a casa de Alisson mais devagar do que gostaria, mas não queria arriscar, minha coordenação estava desregulada e o tempo de reação mais lento.

Guardiões - Descendentes. Vol 2.Onde histórias criam vida. Descubra agora