XLVII - Crente.

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Ouçam a música do capítulo :3

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Naquela manhã de sábado nossa casa estava silenciosa com a ausência dos gêmeos. Tinha plena certeza de que nunca mais conseguiria me acostumar com o silêncio. Olhei para meu guardião sentado ao meu lado no sofá, a expressão sonolenta em seu rosto mostrava o tédio que também estava sentindo.

- Poderíamos dá uma passada no jogo do Chris. - Sugeri.

- Hum... - Ele murmurou preguiçoso.

- Ou tem outra ideia? - Fixei minha atenção nele. Um meio sorriso brincou em sou rosto mostrando apenas uma de suas covinhas.

Ele até podia não ter outra ideia, mas aquele sorriso ladino dele com certeza me deu várias. Fui para o colo dele sentando de frente para ele, passei os braços em volta de seu pescoço e levei as mãos a seus cabelos negros que naquele dia estavam mais longos do que ele costuma deixar ultimamente, isso me fazia lembrar de quando o conheci.

- No que está pensando? - As mãos dele foram para minha cintura. Suas íris azuis pareciam mais fluidas aquele dia, sentia-me boiando em um oceano cristalino.

- Em você, no que mais poderia ser? - Toquei nossos narizes antes de começar um beijo lento.

Sky aumentou a pressão de suas mãos em minha cintura fazendo-me para mais junto dele enquanto aceleração o ritmo de nosso beijo mostrando que não daquele vez não iria me deixar jogar. O que significava que seria eu a ser torturada e ao contrário de mim ele não tinha pressa em me fazer implorar.

- Gente... - A voz de Edward ecoou pela sala nós fazendo parar o que iríamos começar a fazer.

- Droga... - Murmurei contra os lábios de meu guardião que apenas riu.

- Nem vou perguntar se estamos atrapalhando. - A mansão do plural só significava que Lizie estava com ele. - Mas bem que vocês poderiam terem passado a chave na porta, ou colocado algo na maçaneta. Ter dado um dica. - Mereço isso. Me vi obrigada a sentar no sofá civilizadamente, passei uma almofada para meu guardião para diminuir o constrangimento daquela situação o que não deu certo obviamente. O casal Turner quase explodiu tentando segurar o riso quando Sky colocou a almofada sobre o colo.

Pior do que ser pega em uma situação constrangedora é ser pega pelo ser mais malicioso que já pisou na face da terra. As feições falsamente angelicais de Edward contrastavam com o brilho cheio de segundas intenções em seus olhos e para completar Lizie não ficava muito atrás não. Só por precaução estreitei os olhos advertindo os dois, a qualquer palavra deles sobre o que presenciaram e eu contaria certas histórias. Os dois pigarrearam juntos entendendo meu recado.

- Qual o problema? - A cara deslavada do guardião ao meu lado era digna de um ator profissional.

- Ah... - Lizie franziu o cenho buscando lembrar o motivo da visita. - Achamos uma notícia interessante no jornal de hoje. Um parque aquático abandonado próximo ao litoral está chamando a atenção. Há quem jure que ouve relinchos aterrorizantes vindos do interior do local, acreditam que é mal assombrado.

- Fala sério. A gente é guardião não caça fantasma e muito menos trabalha em centro espírita para animais marinhos. - Cruzei os braços indignada. Fui interrompida por isso?

- Maninha. Sei que ainda está com o raciocínio lento, mas tente pensar comigo. - Sabia que era querer demais que Ed mantivesse essa língua afiada dele quieta. - O que relinchos vindos de dentro de um parque aquático lembra?

Guardiões - Descendentes. Vol 2.Onde histórias criam vida. Descubra agora