XLIX - Contagioso.

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Mady continuava em meus braços visivelmente abalada pelas palavras daquele guardião e eu não tirava a razão dela. Entendia também que tudo aquilo, aquela encenação era apenas para nos desestabilizar e não deixaria que Acrab brincasse conosco.

- Sininho. – A chamei, seus olhos de um azul pálido como diamantes buscaram pelos meus. A dúvida estava estampada neles. – Não sei que tipo de mentiras que Acrab contou para aquele guardião, mas nós sabemos do que aquele renegado é capaz para conseguir o que quer. Não estamos do lado errado meu amor, não duvide disso.

- Sei disso... Só estava pensando... E se esses cavaleiros não tiveram escolha?

- Então mais do que nunca temos que derrotar Acrab. – Esperava que a convicção em minha voz fosse suficiente para trazer sua confiança de volta.

- Tem razão. – Os ombros dela relaxaram e seus braços me envolveram com mais força. – Obrigada.

- Não há de que meu amor. – Beijei a ponta de seu nariz. Ao fundo minha audição captou som de buzinas, freadas bruscas e gritos assustados. Não demorou para aquela pontada familiar no fundo da mente surgir. – Temos trabalho.

- Vamos nessa. – Minha guardiã estava de volta. Sua expressão estava firme e decidida.

Nos distanciamos e procuramos pelos colares, o brilho sutil das armaduras nos envolveu quando seguramos a joia na palma da mão. Em sincronia abrimos nossas asas e juntos alçamos voo. As ruas estavam uma confusão só, os kelpies livres galopavam pela via pública desgovernados passariam por cima de quem entrasse no caminho deles.

Eu e Mady voávamos logo atrás daquela massa furiosa e veloz, Edward apareceu voando de uma rua lateral e se juntou a nós.

- Onde está Lizie? – Minha guardiã perguntou não vendo sinal da amiga.

- A deixei no carro para nos dá cobertura por terra. – Pelo sorriso matreiro dele podia muito bem imaginar que a esposa não aceitou muito bem essa estratégia. – Qual o plano? Porque imagino que o truque que usou para capturar aquela kelpie não irá funcionar dessa vez e também não temos tempo para isso.

- Tem razão. – Olhei para frente tentando identificar um alvo e não demorei para achá-lo. – A manada elege um líder, geralmente é o indivíduo mais forte onde ele for todos os outros irão. Se o pegarmos podemos usá-lo para guiar os outros para longe.

- Então vamos nessa... – A frase dela ficou inacabada porque precisamos parar o voo quando o cavaleiro transladou bem na nossa frente.

- Realmente é bom plano, mas não ficaria mais interessante se eu dificultasse um pouco as coisas para vocês? – Começava a ficar com raiva daquele ser e da voz cheia de cinismo dele.

- Ok falastrão, dois podem fazer esse jogo. – Mady sacou a espada da bainha. – Eu e você agora, a não ser que esteja com medo. – A olhei de esguelha entendendo o que ela iria fazer. Minha guardiã ganharia tempo para mim e Ed.

- Madison. A leoa. – Não gostei da animação repentina daquele guardião. – Você é uma lenda entre os cavaleiros, a guardiã que tirou Acrab do eixo. O mestre nunca superou sua rejeição mesmo que não admita. – Ele riu divertido. – Imagino que se eu levá-la para ele posso ganhar uma promoção... Quem sabe ele me daria a liderança dos cavaleiro. Isso com toda certeza tiraria o morte do sério.

- Cara, você fala demais. – A guardião investiu contra o inimigo a nossa frente.

- Você que é mal humorada. – O cavaleiro resmungou posicionando para se defender, ele só não esperava que Mady transladasse quando ficasse a centímetros dele e reaparece a suas costas o acertando nos quadris com a lamina da espada. O retinir do aço da arma se chocando com a armadura ecoou por todos os lados. O cavaleiro foi arremessado contra o chão. – O que vocês dois estão esperando? – A loira nos apressou.

Guardiões - Descendentes. Vol 2.Onde histórias criam vida. Descubra agora