Guardiões - Descendentes. Vol 2.

Epílogo.

Voei com o Conselheiro em meu encalço, ele realmente estava decidido a me impedir. Não iria permitir que ficasse em meu caminho, não vim até aqui para falhar e precisava ser rápido. Não demoraria para que os reforços se recuperassem do ataque surpresa e se reorganizassem para nós expulsar de Guardia.

Olhei por cima do ombro encontrando o avô de Charlotte chegando cada vez mais perto. Sentia perfeitamente a aura poderosa dele, não tinha dúvida de que ele seria um adversário formidável; no entanto a situação não era propícia para um combate. Concentrei-me para usar a ilusão para criar uma imagem minha, era a primeira vez que tentava algo do tipo e as chances de falhar eram bem grandes.

No momento que minha cópia feita de ilusão estava pronta transladei. O conselheiro não percebeu a troca cometendo seu último erro do dia; pois eu não deixaria essa oportunidade passar. Reapareci bem atrás dele, ele percebeu tarde demais que havia sido enganado. Passei o braço por seu pescoço em um mata leão e bati as asas nos direcionando para o solo.

Ao ficarmos a centímetros do chão o soltei, o corpo do Conselheiro absorveu todo o impacto da queda. Ele gemeu atordoado e dolorido, antes que ele levantasse pisei em suas costas o forçando a ficar no chão.

- Sinto muito, mas não posso deixar que atrapalhe meus plano. – Agarrei seus cabelos e abaixei-me. – Meu dom funciona de forma diferente em guardiões. A imortalidade impede que eu sugue a vida, mas posso deixar um bom tempo em coma. – O conselheiro grunhiu quando o forcei a olhar para mim. - Mas você está com sorte, porque não posso esgotar minhas forças e Charlotte ficaria chateada seu te machucasse.

- Você e seu pai não irão se safar dessa. – Ele rosnou.

- Que corajoso. Digno de um Conselheiro, mas sinto em lhe dizer que já nos safamos. Não há mais nada que possam fazer nos impedir. Chega de perder tempo. Sem mais delongas. - Com a mão livre toquei a face dele.

Sua força vital começou a fluir pelos meus dedos enquanto o Conselheiro se debatia tentando escapar. Seu esforço foi em vão quanto mais resistia, mais rápido de esgotava e isso acabou por facilitar meu trabalho, o soltei ao senti-lo ficar inconsciente. Enxuguei o suor da testa e ignorei o cansaço, poderia recuperar as forças depois. Abri as asas e deixei o guardião em coma para trás.

Adentrei na floresta sentindo a aura familiar de meu pai, só que essa era dez vezes mais forte. Já podia sentir o sabor da vitória. Depois disso a nova era começaria. Entusiasmado acelerei até encontrar o que procurava. Cravada em uma árvore frondosa estava uma espada de dois gumes de empunhadura ricamente trabalhada. Em seu cabo era visível a cabeça de um leão esculpida em ouro maciço. O mais impressionante era que toda a arma estava envolta em uma aura cintilante que arrepiou-me ao chegar mais perto.

- É agora Pollux. Faça o que foi treinado para fazer. – Segurei o cabo com as duas mãos e puxei esperando algum tipo de resistência, no entanto a lâmina saiu sem nenhuma dificuldade como se o tronco fosse feito de manteiga. No momento que a espada foi liberada uma forte onda de energia desprendeu-se da arma. O clarão que se seguiu segou-me momentaneamente.

Orgulhoso analisei a bela arma. Acho que Charlie vai gostar dessa belezinha, talvez ela me desculpe um pouco. Contente voei de voltar para o castelo. Porém ao passar pela passagem que havia feito na vidraça perdi o fôlego. Charlotte jazia nos braços do platinado, a parte da frente da camiseta dela estava ensopada de sangue.

- O que fez?! – Avancei.

- Não se aproxime! – O guardião olhou-me como uma fera protegendo a cria.

- Você não manda em mim! – Cheio de ódio o atravessei com a espada que segurava. Tirei Charlie dos braços dele, para meu profundo desespero ela mal respirava. Precisava ser rápido. Peguei a bainha da espada do platinado que agonizava no chão e guardei a que retirei da árvore e então peguei a loira no colo. Queria com todas as minhas forças matar aquele maldito, sabia que ele se curaria em alguns dias; mas teria que esperar para ter minha desforra.