14. Ato de desespero

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Pessoas que eu amo, quero pedir perdão pelo atraso e já me justificar: ando completamente sem tempo (a desculpa de sempre). E bom, aqui está um capítulo novo, e até tentarei postar o próximo no dia certo, mas já quero deixar avisado que a minha vida está muito complicada e ainda estou tentando organizar o meu tempo.

Agora, chega de história triste e vamos à leitura, né? Espero que gostem :)


Os dias que se seguiram foram os piores de toda a minha vida.

Embora minha mãe e o Tom estivessem bem, a garota que eu amava estava desaparecida e a culpa era totalmente minha, por não ter estado por perto no momento em que ela precisou. Sophia, apesar de ter sido dada como morta pelo tal místico da metamorfose, foi motivo de notícia em todos os jornais da cidade e, evidentemente, alvo de uma busca implacável da parte de todos os seus amigos. Colamos cartazes por toda Honorário, fizemos buscas insistentes nas florestas – com o auxílio da polícia local, alguns agentes Ko-Ketsus entre eles, disfarçados –, Kai hackeou todas as câmeras de segurança da cidade para ver se descobria algo e eu invadi o máximo de enxames possível, ao lado de todos os meus amigos caçadores da cidade, para tentar descobrir alguma coisa.

Mas quanto mais nos aprofundávamos na procura, mais nos decepcionávamos. Natsuno, Kelan e eu até invadimos a casa que servira como ponto de encontro entre eu e os caras mascarados nos dias em que eu estava enfeitiçado, mas não havia nada que pudesse servir de pista. Sophia não estava em lugar algum!

Sandro Macedo, segundo o Natsuno, havia surtado e estava pedindo a ajuda de todos os caçadores que conhecia por ambos os mundos, entretanto era como se a garota tivesse sumido para algum mundo que ninguém conhecia, deixando um bocado de gente desesperada, eu entre eles. O que estava sendo o pior tormento de todos. Até cheguei a questionar a pequena Lia sobre suas visões, mas ela alegou que a única coisa que havia visto foi as nossas buscas obcecadas em prol da garota, apenas isso. Nenhuma informação a mais sobre seu desaparecimento.

Para piorar, minha volta à escola não foi uma das mais agradáveis, visto que todos da sala passaram a me olhar com desprezo. Pela forma que agi enquanto estava sendo dominado pela Rocha Milenar, evidentemente, e eu não tinha argumentos convincentes para me defender. Por mais que alguns colegas do Fogo Ardente tivessem ciência da minha vida de caçador, eu não poderia mencionar sobre a Eclipse do Caos e a forma que estavam acabando com a vida das pessoas que estavam à minha volta. Era como se tudo o que eu tivesse conquistado ao lado do time não valesse de mais nada; como se eu fosse uma pessoa nova, desprezível, e a forma que eu era ignorado não só me entristecia, como também me enfurecia, mas eu nada fiz. Afinal, os entendia perfeitamente.

E decidi deixar minha mãe e meu irmão aos cuidados da organização, considerando que estávamos mais vulneráveis do que tudo. Ainda assim, eu preferi ficar na cidade, instalado na Antiga Base da Tribo Fubukyo, um prédio abandonado que Thalia, Kai e Guga haviam utilizado meses atrás para se esconderem dos Detentores. Hebert disse que minhas missões macabras haviam trazido consequências terríveis para clãs aliados e de outras tribos, e como eu fui visto pelos caçadores do Clã dos Químicos numa das invasões que fiz, muitos deles queriam a minha cabeça pelo furto nada amigável. Claro que a organização fez de tudo para apaziguar as coisas, uma tarefa quase impossível, mas graças ao prestígio que o meu pai havia conquistado durante sua jornada, as coisas ficaram menos difíceis. O que, certamente, não evitou a vergonha que passou a me dominar, uma vez que a organização inteira soube que eu fui enfeitiçado e, pior, usado como instrumento de roubo pelos inimigos – que acreditávamos, evidentemente, serem os otários da Eclipse do Caos.

Caçador Herdeiro (5) - Fogo Traiçoeiro | COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora