42. Tio versus sobrinho

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Avancei num super impulso projetado para chutar, mas mudei de direção no último instante ao aterrissar a poucos centímetros de Glen e o ataquei por trás girando o corpo e utilizando o meu:

  — Furacão flamejante!

  Toda a minha perna direita foi tomada por chamas poderosas que tinham a nuca do desgraçado como alvo. Pensei que ele bloquearia apenas com o braço, mas agora eu estava transformado; o poder dos meus ataques eram muito maiores que antes.

  O ninja se abaixou e revidou com uma rasteira, na intenção de acertar o meu pé de apoio. Entretanto…

  — Furacão reverso!! — gritei. Pisei no chão com o pé direito, transformando-o num novo apoio, e girei o corpo para um segundo ataque, dessa vez com a perna esquerda, que também foi tomada por chamas. Assim, além de conseguir me livrar da rasteira, atingi a lateral do rosto de Glen em cheio com o calcanhar esquerdo, lançando-o a vários metros.

  Glen desabou no chão rolando de lado. Por essa ele não esperava. Mas mantive minha guarda levantada.

  A vantagem de estar com o Modo Elementar ativado era que as dores internas não surgiam assim tão fácil, então eu não precisava hesitar em nenhum tipo de ataque. E eu daria meu máximo para acabar com a vida do assassino e salvar meus amigos.

  Glen se levantou. Não disse nada, mas tinha um sorriso no rosto. A capa negra deixava-o com uma aparência mais maligna. Glen estava muito diferente da época em que liderava os ninjas. Em vez da expressão pacata de antes, seu rosto esbanjava uma aparência de cansaço e seus cabelos volumosos o deixavam mais perverso.

  Puxei o arco e alguma flechas e o coloquei sob minha mira. Não lhe daria moleza, meus amigos estavam em perigo. Precisava derrotá-lo o mais rápido possível.

***

  No momento em que Hebert pôs a mão sobre a maçaneta de seu escritório, foi chamado por um agente:

  — Senhor, um recado.

  Hebert suspirou. Já estava cansado o suficiente não só pela viagem, mas por que a reunião não fora do jeito que queria. Encarou o caçador, que vestia botas e coletes vermelhos por cima da farda preta de compressão.

  — Será que não posso ter um momentinho só pra mim, soldado? Espero mesmo que seja importante. De quem?

  — É de um garoto de Honorário. — Ele mostrou-se pensativo. — Acho que o nome dele era… Kai?

  Assim que ouviu o nome, Hebert soube que era algo sério. O Ko-Ketsu relatou que o garoto parecia preocupado e pediu para que Hebert ligasse o mais rápido possível. Kai havia deixado o recado na noite anterior, quase vinte e quatro horas atrás. Hebert rapidamente entrou em seu escritório e discou o número da casa do nerd.

  — Alô? — Kai atendeu ao primeiro toque. Parecia estar ao lado do telefone como se ansiasse por uma ligação.

  — Kai, é o Hebert. O que houve?

  — Diogo e os outros. Eles foram atrás da Sophia. Já faz alguns dias. Eu estou muito preocupado, porque não sei o que está acontecendo.

  — Calma, rapaz, fala mais devagar. Para onde exatamente eles foram?

  Kai recuperou o fôlego perdido na informação acelerada e, obedecendo literalmente a ordem de Hebert, respondeu:

Caçador Herdeiro (5) - Fogo Traiçoeiro | COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora