Normal Daughter

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— O que foi, mãe? -ajustei as mangas, segurando para que não caíssem, ela passou os olhos por mim de novo e franziu o cenho.

— O que aconteceu com você? -ela devia estar falando das olheiras, o cabelo desgrenhado o qual eu não tinha arrumado depois do banho e o moletom pesado quando lá fora ainda fazia sol mesmo as seis da tarde.

—  Nada. Do que quer falar? -minha voz estava baixa, remexi o cereal que ainda não tinha conseguido comer pó puro nervosismo.

— Eu quero falar. -ela jogou a bolsa no sofá e andou pra mais perto. — Por que Eleine veio até mim hoje no horário de almoço dizer que se solidarizava pelo momento difícil que eu estava passando com minha filha e que adolescentes eram assim mesmo e ela tinha certeza que você não queria ter essa fama então eu devia conversar com você. -Eleine era uma mulher do trabalho da minha mãe que era mãe de um garoto da minha sala, as suas conversavam eventualmente, e Eleine não perdia a chance de ser venenosa. Fechei os olhos quando a verdade me atingiu. — Então ela me mostrou prints de um grupo que o filho dela participa onde o seu nome é indevidamente citado diversas vezes, eu preciso ser mais clara? -eu não me lembrava de ver minha mãe tão irritada há muito tempo, e odiava vê-la assim. — Eu esperava isso de qualquer uma Jéssica, menos de você.

— Sério mãe? Você realmente acredita no que esses garotos dizem? -respondi, já começando a me irritar. Ela também não, por favor.

—  Por acaso eles inventaram? -ela parecia absurdamente irônica.

— Inventaram sim mãe, tudo por causa das brincadeiras imbecis de um grupinho.

— Sempre é um grupinho, Jéssica, nunca é você né? Quantas vezes eu vou ter que sair sem saber se vou voltar e você vai estar fora de problemas? Quantas vezes vou ter que te mudar de escola porque as pessoas aparentemente não gostam de você? Por que eu não posso ter a merda de uma filha normal? -ela gritou essa última parte e eu ouvi suas palavras incrédula, com um nó se formando na garganta. As palavras dela conseguiram ser mais dolorosas que qualquer lâmina em minha pele.
Eu abri a boca pra responder, pronta pra esquecer que ela era minha mãe , mas tudo que saíram foram lágrimas, mais pesadas e dolorosas que qualquer uma que eu tenha derrubado hoje.

Então fomos interrompidas pelo barulho da campainha. Minha mãe se virou pra atender e eu não conseguia me mover ao menos pra secar os olhos .

— Oi Jan. -eu podia não só ouvir a voz calma como também ver o sorriso adorável de Debbie de onde eu estava. Ela olhou pra dentro e seus olhos se arregalaram ao ver minha expressão . — Ahn, entregaram sua correspondência por engano na minha casa.

— Muito obrigada, Debbie. -minha mãe pôs a mão na porta para fechá-la, mas Debbie novamente interveio.
— Eeee eu fiz um bolo maravilhoso de cenoura com cobertura de chocolate. Se bem me lembro Jesy amava quando pequena, pensei em chamá-la pra ser minha provadora já que Perrie não está. -minha mãe suspirou sobre o sorriso de Debbie. Se tem uma coisa que ela odiava era deixar os vizinhos saberem de nossos problemas, então ela apenas se afastou, me dando passagem e me olhando com o olhar “isso ainda não acabou”.

Como eu queria que tudo isso acabasse.

Debbie me segurou pelo braço, levando até sua casa, sem olhar pra atrás. Ela fechou a porta em nossas costas e indicou que eu sentasse a mesa.

— Tudo bem querida. -ela se sentou ao meu lado, segurando minha mão.
— Agora me conte o que está acontecendo.

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:( Pobre Jesy :(

Losing My Mind • Pesy •Onde histórias criam vida. Descubra agora