Losing My Mind • Pesy •

The bad boy

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[Perrie]

Jesy e eu estávamos andando lado a lado no intervalo, em silêncio. Isso tinha se tornado comum entre nós desde mais ou menos hoje, depois de eu misteriosamente acordar em sua cama, seminua. Eu não sabia como perguntar a ela realmente o que tinha acontecido, embora eu soubesse que Jesy é moral demais pra fazer qualquer brincadeira de mal gosto comigo bêbada, como meus amigos costumavam fazer. E eu nem sei se posso chama-los assim mais, porque a ultima coisa que eu vinha tendo ultimamente era vontade de falar com eles. Estive observando, desde que Jesy me falou do bullying sobre as atitudes do grupo e percebi que talvez não fossem só "brincadeiras" e talvez não fosse só com a Jesy.

Pelo menos eu não precisava me preocupar de algo sexual ter acontecido, já que nós duas somos garotas e garotas héteros.

Jessica andava enquanto mexia no celular, talvez pra esconder o constrangimento que era essa situação, de repente me peguei olhando como era lindo as marquinhas que se formavam em seu rosto e o modo como seus olhos se comprimiam quando ela sorria. Volto a dizer que não entendo como alguém pode não acha-la bonita. Se existir um padrão de beleza, Jesy com certeza é o meu.

E é, eu corei quando percebi que já estava fitando-a a tempo demais.

— Pezz, eu vou a biblioteca. –ela falou de repente. — Ainda preciso terminar aquele trabalho de matemática e a Mrs. Sophia disse que chegaram novos livros de ação tributária. –eu não entendia nada das coisas de nerd que a Jesy falava, mas apenas assenti, sorrindo pra ela. Então parei e me encostei a parede, tínhamos chegado a uma bifurcação, onde um corredor levava a biblioteca e outro a uma área com bebedouros que ficava vazia porque quase nenhum funcionava. Apenas a alguns metros ficava a sala dos professores, cujo distraidamente observei porta porque era o mais interessante e menos estranho que eu podia fazer no momento.

Eu só queria paz, mas logo foi ouvida uma voz que eu queria distancia no momento.

—Ah, finalmente te encontrei. Não sabia que tinha nascido grudada com aquela imbecil. –a voz de Alex se fez ouvir e eu me virei num pulo.

—Que isso Alex? Não fale assim da Jesy. E eu ando com quem eu quiser. –eu não costumava ser tão ríspida com ele, mas até meu namorado estava na minha mira ultimamente.

—Desculpa. –ele suavizou o tom, passando a mão pelo rosto. —Mas é que me irrita que você tenha esquecido de todos pra ficar por ai com ela. Aliás, os outros não, que tenha me largado, você nem me da mais atenção. Ontem eu queria tanto ter ficado com você, mas soube pela dona Deborah que dormiu na casa dela. –ele parecia verdadeiramente irritado e fiz uma anotação mental pra dizer a minha mãe pra parar de espalhar cada vez que eu e Jesy estávamos juntas. — Qual é? Não sabia mesmo que andava com esse tipo de gente.

— Alex... Eu realmente queria entender por que você só me procura quando quer transar? E o que quer dizer com "esse tipo de gente"? –eu percebi que seu rosto estava avermelhado de raiva e isso nunca era um bom sinal.

— Eu te procuro pra transar porque você é minha namorada. –ele aumentou o tom e me surpreendi de ninguém ter aparecido. — Ouça bem, não te quero com essa menina. –ele ergueu o indicador, como se fosse uma ordem absoluta. Quer dizer, Alex era bem autoritário as vezes, mas eu não ia deixa-lo ser imbecil a esse ponto. Soltei uma risada seca.

— Jesy é minha melhor amiga e eu não vou deixar de falar com ela porque sua masculinidade é frágil demais. –eu não me lembro de tê-lo enfrentado assim alguma vez, quando vi Alex já estava com a mão envolta em meu antebraço, segurando com tanta força que minha pele nos contornos de seus dedos rapidamente ficou arroxeada. Grunhi pela dor repentina e pela surpresa, tanto que não consegui reagir.

— Não estou aqui pra namorada minha me desafiar. –ele falou entredentes e senti, pela primeira vez, medo se formando em mim. Medo dele. O aperto ficou insuportável apenas segundos antes de outra voz se juntar as nossas.

—Ação tributária é definitivamente uma merd... Hey, o que é isso? –disse estridente a voz de Jesy. — Solta ela idiota, você tem problema? –Alex não deu ouvidos, apenas me olhou mais profundamente quando reconheceu a voz. E eu tinha perdido a minha. Ao perceber que ele não se moveu, Jesy começou a proferir xingamentos, avançando no garoto. Uma briga foi impedida apenas porque no mesmo momento o professor de Ed. Física vinha saindo da sala e Alex soltou meu braço, abrindo um sorriso pro professor com se nada tivesse acontecido. Porém meu estado de choque e raiva de Jesy não esconderam o clima.

—Eu não quero saber o que está acontecendo aqui, só quero que pare e não se repita. –ele olhou especialmente pra Jesy antes de dar dois tapinhas nas costas de Alex. —Você tem treinamento hoje campeão, não se esqueça. –e saiu pelo corredor.

— Pode deixar treinador. –ele assentiu antes de olhar de mim pra Jesy e se virar, deixando claro que aquilo ainda não tinha acabado.

E eu ainda não havia conseguido reagir, só me dei conta de onde estava quando o sinal bateu e quando Jesy me envolveu em seus braços.

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E M B U S T E