Domingo. Finalmente domingo. A semana demorou muito para passar, mas foi bem produtiva e divertida. Passar o início da nossa história para os jovens do século XXVI era incrível, vê-los lutando para podermos existir era muito gratificante.
Pode parecer estranho, eu sei, mas nos últimos séculos fomos massacradas. Somos uma raça em extinção. Os humanos são covardes o suficiente para nos golpear pelas costas, arrumam um jeito de nos matar sem que possamos nos defender.
Perdida em pensamentos tomando um café quente e bem forte em minha varanda, vi os recrutas no campo deitados na grama conversando, separados em muitos grupos. Olhei o relógio, já eram 11 horas. Com os olhos, encontrei Evie. Ela me viu e acenou. Sorri e acenei de volta, observando-a encontrar seus amigos.
Decidi que deveria encontrar os meus, então me vesti e pulei da sacada, eu sabia exatamente onde encontrá-las. Voando rapidamente, parei em uma montanha não muito alta.
Chegando por trás, as vi. Minhas amigas. Selene, Alma da Vida, com seus cabelos longos e a pele muito pálida, quase cinza. Íris, Alma das Cores, com seus lindos cabelos cacheados, cada mecha com uma cor do arco-íris, e a pele negra coberta de vitiligo.
Em volta delas, haviam flores de todas as cores, refletidas pela luz do sol.
— Ei! — chamei — Nem me convidam mais?As duas me viram e correram para um abraço.
— Você sumiu! — exclamou Íris.
— Estávamos com tanta saudade! – disse Selene – Soubemos que você é general. Deve estar muito ocupada.
— Estou. Você está bêbada?
— Ela está sim.— Não estou não! — reclama a mesma — Estou muito sóbria. Posso até te dizer que semana que vem estaremos lá para encher o seu saco!
Sorri
— Vai ser ótimo ter vocês me enchendo.
— Venha, — disse Íris — trouxemos coisas para um piquenique. Ainda bebe cerveja, certo?
— Claro!Passamos a tarde toda comendo, jogando conversa fora e bebendo. Quando vi a hora, já passava das oito da noite.
— Eu tenho que ir! — exclamei e não vou negar, eu estava um pouquinho bêbada — Vejo vocês semana que vem?
— Claro!
— Com certeza!
— Ah, Selene, a Aita estará lá.Ela suspirou, mais bêbada do que quando eu havia chegado.
— Paciência. Vai logo embora!
Gargalhei e saí voando.Pousei devagar no campo, queria parecer o mais sóbria possível. Evitei falar com qualquer um, até que Evie apareceu.
— Ei, srta. Campbell! — gritou chegando mais perto — Tudo bem? Não te vi o dia inteiro.
— Me chame de Nix. E... Eu estava com minhas amigas.
— Você está bêbada?
— Bêbada não é bem a palavra certa.
— Sóbria também não.
— OK, eu não estou muito bêbada.
Ela riu.
— Venha, vou te levar para o seu quarto.
Soltei uma risada também.
— Quando foi que te dei essa intimidade toda?
— Quando cheguei até você e você estava bêbada.
Resmunguei. Apesar de estar reclamando, eu gostei da atenção.
— Naquele prédio, terceiro andar.
Quando chegamos em minha porta, o leitor da porta reconheceu minha íris e a porta se abriu. Parei na entrada e disse:
— Você deveria ir para o seu quarto.
— Você deveria dormir.
— Eu sou a general, e você a soldado.
— Eu estou sóbria, e você bêbada.Dei mais uma risada.
— Eu ia dar a desculpa de que sou mais velha. Quantos anos você tem?
— 20.
— Ah, eu também.
Evie franziu o cenho.
— Assim, eu sou mais velha, mas esse corpo... — parei — Ah! Eu estou bêbada! Depois te explico, senão vou falar besteira.Ela riu de novo.
— Tá bom. Anda, deite.A obedeci e ela me deu um beijo na bochecha.
— Boa noite, general Nix.
A garota apagou a luz e saiu, fechando a porta. E eu dormi com o coração acelerado.
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A Última Alma
Ficción GeneralA Mãe Terra as criou. As Almas. Seres criados à sua ideia de divinos, seres criados para proteger os humanos. Seres místicos, poderosos e... Perfeitos. Nix é a exceção. Mesmo criadas para proteger os humanos, muitos não as enxergavam como prote...