Capítulo XXI

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        Quando a nossa bandeira é levantada, os Solines nos imitam. Os poderes presos pelo sol, pela rede que cobre o sol. 

        Abraço Luar com a maior força que consigo. Era como se eu pudesse mantê-la segura entre meus braços, como se nada pudesse machucá-la. 

 — Eu quero que tenha cuidado. — digo, olhando para seus olhos negros— Amo você. 

 — Ninguém nunca disse isso para mim.— responde, com os olhos marejados. 

Sorrio. 

 — É porque ninguém é tão imperfeito quanto eu. 

        Dito isso, olho para frente.

 — Mãe Terra, chame as Almas da Noite. 

Enquanto levanto voo, ouço Luar gritar:

 — Também amo você!

        Olho para os lados, a dez metros do chão, e vejo minhas irmãs. Encho meus pulmões de ar. Todas juntas, estendemos as mãos, gerando um espelho negro que cobre o chão. Enquanto isso, os K-60 decolam, tornando-se invisíveis. Eles não produzem um ruído sequer, e é isso que me apavora. 

        A corrida para o combate, os gritos, o primeiro chocar das espadas, as flechas zunindo em meus ouvidos. 

        Hesito, a angústia tomando conta de meu corpo.

Foco, Nix. Foco!

        Sinto o sangue endurecer dentro de meu corpo, das pontas dos dedos ao coração. Retiro o arco preso ao meu corpo e posiciono três flechas. Solto-as. Mira perfeita. Elas atingem três Solines. 

        Pouso com força, batendo a espada em outro. Sinto algo em meu braço; é um corte. Inimigos me rodeiam.

        Minhas mãos esquentam, fogo nasce entre meus dedos. Seus gritos agonizantes não me comovem; em guerra, a morte corre em meu sangue. Alguns chamam isso de frieza, mas não é. Isso é o simples fato de ser uma Alma.

        Uma bala para em meu peito, metade para a fora. Arranco a mesma com fúria nos olhos. Ao mesmo tempo, pego a pistola em meu cinto e atiro. Uma, duas, três balas. Uma Lunine está ao meu lado, Karen.

 — Abaixa!— grita, e a obedeço. Ela pula por cima de minhas costas e golpeia um soldado inimigo com a espada, mas não o mata. Ele dá uma rasteira em minha colega, e atira  em sua cabeça. Puxo o gatilho apontando para ele. Mais dois cadáveres. Observo o corpo sem vida de Karen. O cabelo raspado ao lado agora está manchado pelo sangue que corre de sua testa; os olhos castanhos estão com uma expressão de terror.  

 — Obrigada.— digo, e saio correndo pelo campo de batalha.

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OEEEE. Tudo bem? Gente, sei que esse capítulo ficou pequeno, I'm sorry. Quero agradecer novamente à Gri por esse desenho beauti <3 (tirando a chama, isso foi photoshop haha)

Enfim, é isso! Deixa seu comentário!

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