Capítulo XXV

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        Meu arco e minhas flechas brilham com a escuridão da cabana. 

 — Nix, como pretende...?— é a voz de Eura atrás de mim. Olho para ela. Aqueles olhos cor de tempestade parecem ler todo meu ser. 

        Conheço a Alma do Vento há poucos anos, mas sempre soube que podia confiar. Seus olhos, ações e passado comprovam isso. Sendo mais velha que eu, a imaginava como uma irmã mais velha, como uma Lune. Eu sei que ela vai me ajudar, sei que vai me entender. Mas então... Por que estou com medo? 

 — Eura, eu... Não posso deixar meu batalhão ser massacrado só por causa dos planos de Akira. Não precisa concordar comigo, mas eu não vou ficar aqui parada, deixar o tempo correr e perder mais soldados. 

Minha amiga cruza os braços. 

 — Imperfeita, não é? Sabia que havia algo de diferente em você.  — ela olha para trás, mas volta a olhar para mim— O que sugere, general?

 — Sugiro sacrifício. Um tem de cair para o resto ficar de pé. Uma morte poupa milhões, Demerato Makar vai cair. Chega de sangue derramado, chega de bombas e lágrimas. Chega

        Eura dá um sorriso torto daqueles que sempre me deram medo. Ela pega seu comunicador e contacta alguém. 

 — Me encontrem na base 15, precisamos pegar um K-60.

        Mente enevoada pelas emoções. 



        O K-60 é escuro e silencioso, mas pouco me importa, só quero acabar com tudo isso. 

        Luar, Twila, Eura, Skadi, Melody, Aurora, Selene, Íris e Lissa. Meus pilares.

 — Quem sabe pilotar isso?— pergunta minha irmã. 

 — Acho que sei.— responde Selene— Pilotei K's-40 na Terceira Guerra Mundial, acho que os mecanismos não mudaram. Eura, me dê um impulso. 

        Eura fecha os olhos e levanta as mãos. Palmas para cima, dedos dobrados. O avião sacoleja e levanta voo. Me sento, a insegurança me invadindo. 

 — Eu devo ser louca. — apoio a cabeça nas mãos enquanto Melody e Íris sentam-se ao meu lado pensativas— Trazer nove Almas comigo para sacrificar Demerato? Onde estou com a cabeça? E por que... Por que continuo achando isso tudo certo?  

Melody dá uma risada fraca. 

 — Louca?— pergunta baixinho— Você não faz a mínima ideia do que é ser louca. 

 — O fato é— Íris coloca a mão em meu ombro— que ninguém nos obrigou a vir aqui com você. Viemos porque quisemos. Não quer dizer que concordamos contigo em tudo, mas... entendemos você. A imperfeita com as ideias certas. 

        Um grito e uma explosão. 


        O K-60 está caindo; fomos abatidas e não entendo como nos viram. Eura está desmaiada em um canto perto da cratera que se abriu. Corro até ela enquanto as outras tentam fazer um escudo misto em torno da nave. 

        Fracasso.


        O sol brilha em meu rosto e só acordo por causa da dor tremenda em minha perna. Olho em volta me acostumando com a luz. Árvores, plantas e o barulho de um rio. Sento, vendo todos os destroços do que um dia foi um K-60. Um pouco distante de mim está Aurora. Tento ir até ela, mas caio no chão. Ah, um corte. Rapidamente me curo e vou até lá. 

 — Aurora?— ela abre os olhos.

 — Nix? Onde estão as outras?

 — Não sei. Levante, temos que encontrá-las.

        Caminhando, rapidamente encontramos Skadi e Íris. Em volta da Alma do Gelo há muita neve, uma tentativa de diminuir o impacto. Desacordada. Porém, um problema. 

 — Íris. 

Corro até ela. Um pedaço do K-60 está enterrado em sua barriga e há um corte no pescoço. 

 — Droga! Droga, droga! 

 — Vençam essa guerra.— ela diz, fraco — Por nós e por eles. 

Tarde demais para curá-la. 

        Sua aura colorida, as sete cores do arco-íris, sai pelo maior ferimento e se espalha pelo ar. 

Nos vemos depois. Sua voz ecoa pelo local. 

 — Merda. — fala Skadi, acordada. 

 — É. — concordo — Merda mesmo. 

A Última AlmaOnde histórias criam vida. Descubra agora