Capítulo XXXVII

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         — Acorde, Nix! Por favor!— abro os olhos e vejo Evie. Toco meu rosto; está molhado por lágrimas— Ah, você está bem! 

        Ela me abraça e minha cabeça está doendo, então faço parar de doer. 

 — Você lembrou.— sorrio— Você lembrou dos ancestrais. 

Então ela me beija.

        Nesse momento nem parece que estamos em guerra, esqueço por completo de que o campo está prestes a ruir. A abraço.

 — Você está viva! Vocês está bem! 

O campo de força tremeluz. 

 — Levante-se. 

 — Evie, eu quero acabar com essa guerra. Eu vou matar o causador de tudo, Demerato Makar, chefe dos Solines, e eu quero que venha comigo. Não posso te perder de novo. 

        A dona dos cabelos azuis nega.

 — Não, Nix. Eu não posso. Melanie e outros amigos meus ainda estão vivos. Não posso abandoná-los. Eu vou ficar bem e você também vai.— observo seus olhos castanhos cheios de verdade e a beijo novamente quando o campo se desfaz— Vai! Vai!

        E eu corro.


        Eu sinto a guerra jorrando em minhas artérias, meus ossos tremendo com o barulho das espadas, minhas retinas queimando com a visão do campo de batalha. 

        As cicatrizes em meu ser refletem a minha eternidade suja pela guerra, a lenda que mata o que lhe mantém viva. O chão em que piso é coberto por cinzas manchadas pelo sangue dos soldados, humanos e Almas. 

        Caio. Meus braços e pernas não obedecem meu comando para levantar. Uma bomba cai próximo ao lugar onde estou e sou jogada para longe. Meus ouvidos apitam e tudo está embaçado. Ouço um grito e uma espada vem em minha direção. Raios, gritando pela sobrevivência, correm de meus braços e atingem o chão, acertando o inimigo. 

        Não consigo me levantar. É isso? Vai acabar assim?

        Levante-se.

 — Mãe Terra, eu não consigo. 

        Consegue sim, você é uma Alma. 

 — Ser uma Alma não é uma desculpa. 

Vejo uma mulher com uma espada vindo em minha direção, mas ainda não consigo me mexer. 

        Você é uma Alma. É a minha filha perfeita.

 — Eu não sou perfeita! — levanto minha espada e bato na da mulher. A mesma cai e saco minha arma. Aperto o gatilho — Não sou perfeita, Mãe Terra. Não vou pedir desculpa por não ser uma coisa que você me faz para ser. 

        Guardo a arma e vou em frente.


        Me jogar contra a parede da torre parece ser o melhor jeito de entrar. Quando consigo abrir caio nas escadas, mas não dou a mínima. 

        A torre é mais ou menos do tamanho da de Akira, eu acho. Não sei, o automático não me deixa pensar. 

        Ouço passos e palavras, devo estar próxima. Quando piso no último andar, o vejo.

 — Demerato Makar.  

A Última AlmaOnde histórias criam vida. Descubra agora