Capítulo XXVII

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        Dentro de outra base, Lissa está em choque. O copo com água treme em suas mãos e os olhos focam no nada. 

        Eu estou encostada na parede ao lado da cadeira dela. Eura e Selene estão ao meu lado e as outras se espalham pelo quarto. Sinto cheiro de fumaça; Melody fuma um cigarro no fundo do quarto. Não derrama uma lágrima sequer, mas os olhos dizem o que o corpo não mostra. Destroçada. O silêncio é ensurdecedor, enlouquecedor. 

 — Desculpe. — digo. 

Elas olham para mim.

 — Pelo quê?— pergunta Eura.

        Observo Lissa. 

 — Eu estava ao lado dela. E-eu saí de perto dela. 

        A Alma dos Animais levanta e chega perto de mim com lágrimas silenciosas escorrendo. 

 — Você me salvou, Nix. A Morte me olhava de frente e você a impediu de me levar. Foi você. —ela segura meu rosto— Não se culpe. — então se vira e acrescenta:— Infelizmente a Morte acariciou o rosto de Twila. 

        A falta de palavras mais uma vez cobre o quarto. 

 — Chega. — diz Skadi— Twila está morta, e é isso. Ela está morta. E sabem por que ela morreu? Porque ela escolheu vir conosco para essa guerra para acabar de vez com o Demerato Makar, para acabar com os Solines. Então engulam esse choro e levantem-se, porque nós vamos vingá-la.

        A Alma do Gelo estende a mão para Lissa, que seca as lágrimas e segura. 

 — Pela Twila. 


        Minhas costelas doem e existem cortes em meu rosto, manter o sangue endurecido na cabeça e no peito são coisas difíceis de lembrar. Eura está ao meu lado. Seus cabelos quase brancos curtos estão levemente manchados de sangue, perderam aquele aspecto esvoaçante que tanto me encantava. Existe um corte em sua bochecha esquerda. Ela dá três passos para trás; foi atingida por alguma coisa. Há uma bala em sua barriga, metade para fora. Eura resmunga e arranca a arma. Mais um lembrete de manter o sangue endurecido. 

 — Flecha!— grita, me jogando no chão e usando seus ventos para desviar a flecha que atingiria meu peito. 

        Ergo meu arco e ponho uma flecha. Minha mão direita dói, machucada de tanto puxar a corda. Ignoro a dor. Os símbolos de minhas arma brilham quando solto a flecha. Ela atinge um Soline. 

        Esfrego os olhos; estou exausta.

 — Vou para a base 92.— digo no comunicador.


        Café. A bebida quente desce pela minha garganta completamente seca.

 — A propósito,— começa Eura— nunca te disse obrigada. 

 — Pelo quê?

 — Você sabe. Por não me deixar afundar. — ela sorri. A imito.

 — De nada, Eura.



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Hey! Essa cap ficou pequeno, eu sei, mas tô morta de sono kkkk 

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