Capítulo XXXVIII

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            O líder dos Solines se vira devagar ao som de seu nome. Ao seu lado estão dois generais, ambos com o símbolo do sol preso ao peito.

— Quem é você? — esbraveja Makar, depois de olhar com desgosto para a lua em meu uniforme.

— Meu nome é Nix Cambell e eu falo pelas Almas. Falo por todas que você controla e por todas que massacrou. Eu falo pela magia.

O homem ri e o barulho ecoa pelo cômodo.

— Matveev, Ivanov, acabem logo com isso.

Meu sangue se endurece antes que as balas lançadas pelos generais me atinjam. Demerato levanta uma sobrancelha enquanto a escuridão cobre os olhos dos generais e fogo surge em minhas mãos. Ele se espalha pelo local, fazendo-os gritar. Seus berros e pedidos por socorro não me fazem querer mover um músculo sequer.

Seus gritos são silenciados pela foice.

Quando extinguo o fogo, cinzas cobrem metade do local, mas as paredes e o chão ainda estão de pé.

— Eu vim lutar com você, Demerato, não com seus peões. — o líder se levanta e o fito por alguns instantes.

Para o líder de um dos lados de uma terrível guerra, tenho certeza que nem pisou no campo de batalha. Seu rosto está limpo, com exceção das três cicatrizes recentes em sua bochecha esquerda. O cabelo e a barba estão raspados bem rente ao corpo e, com olhos cor de âmbar, seria até bonito se não fosse pelo olhar ameaçador e corrompido pelo ódio.

É isso que a falta da magia fez aos humanos.

— Eu não entendo o porquê da insistência nisso... — começa, caminhando até mim — Vocês perderam. Aceite. Acabou.

— Só acaba quando não tiver mais nenhuma magia lá fora. — saco a arma.

A tristeza da perda, a dor da saudade, o vazio e o ódio se tornam a mais profunda fúria, o mais estranho desejo de acabar com isso de uma vez por todas.

Demerato Makar pega a espada e avança para cima de mim.

Nossas espadas se chocam emitindo um ruído que já é mais do que comum para mim. Eu não sinto mais cansaço nem dor e talvez isso seja um milagre da Grande Mãe.

— Engraçado... Todas as Almas que eu controlei tinham perdido as esperanças. Todas tinham aceitado a derrota.

Não responda, Nix. Ele quer te distrair. Não converse com ele. Bom, por outro lado, seguir regras e ser perfeita nunca foi meu forte, então o que posso fazer?

— Não fomos feitas para persistir e sim para protegê-los. — abaixo quando o Soline passa a espada acima de minha cabeça — Vejo que não entende isso. Não entende ou não quer entender.

Makar tenta desviar quando desfiro um golpe, mas não consegue totalmente. Aparece um corte em seu colo.

— Então por que está aqui? — ele atira em meu peito, mas a bala para metade para fora como de costume.

— Não sou o que a Mãe Terra me fez para ser. — fique quieta, Nix! — Sou errada.

— Mas por que está aqui então? — pergunta, depois de uma gargalhada — Não é uma Alma certa, não é humana... O que você é? Por que faz isso?

— Porque eu sou uma Alma e luto pela minha sobrevivência. Pela nossa sobrevivência. Pela sobrevivência dos humanos.

— Exatamente por querer que a nossa raça perdure, pare de lutar.

Prendo a espada novamente no cinto.

— É... Você não entende.

Pulo em seu pescoço e o empurro enquanto caímos de uma janela do topo da torre.


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BJUX

A Última AlmaOnde histórias criam vida. Descubra agora