2.Lembranças

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Nove meses. Meia-noite. Cinquenta e nove minutos e cinquenta e nove segundos atrás. 

― Então você me achava um cara COMUM? ― Lucas enfatizou a ultima palavra falando com certo desdém. 

        Estávamos deitados abraçadinhos em sua cama. Era a primeira vez que eu ia a seu apartamento. 

― Bom. ― apoiei meu queixo contra seu peito para encara-lo de frente. Erguendo meus olhos para olhar nos seus. ― Eu achei você meio careta aquela noite pra falar a verdade. ― falei com certa ironia. 

        Na verdade não tinha sido bem isso o que tinha achado de Lucas aquela noite. Aquilo não passava de uma brincadeira minha para provoca-lo um pouco. 

― Meu Deus que namorada eu fui arrumar. ― dramatizou. ― Careta! ― repetiu gargalhando.

― Sabe que eu estou brincando não é? ― sentei sobre seu quadril ficando por cima dele. ― Sabe onde você não é nada careta? ― me inclinei para sussurrar em seu ouvido mordiscando de leve sua orelha.

― Hum-hummm. ― eu não soube dizer se aquilo tinha sido um gemido ou se queria a resposta.

― Na cama! ― desci meus beijos para o seu pescoço. ― Pronto para o segundo round? ― desafiei-o segurando seus punhos, erguendo seus braços de um lado e do outro da cama imobilizando-o como se tivesse chamado para uma luta. E tecnicamente seria.

― Claro! ― riu maliciosamente. 

            Acordei pela manhã com a claridade que entrava pela porta de vidro da sacada, olhei para o lado e Lucas ainda estava dormindo. Procurei por alguma peça de roupa minha, mas não encontrei nenhuma por onde avistei, o jeito foi vestir o camisão social azul de Lucas que encontrei caído no chão ao meu lado no chão. Levantei com jeito para não acorda-lo. 

        Eu estava com uma vontade enorme  de fazer xixi. Eram duas coisas que sempre me aconteciam após o sexo: sede e uma vontade enorme de fazer xixi. Corri para o banheiro e me senti aliviada quando o xixi preso à noite toda saiu.

        Problema um resolvido, agora faltava resolver o problema da sede. Terminei de abotoar a camisa enquanto ia para cozinha.

        Copo. Geladeira. Água. Foi necessariamente nessa ordem que fiz para matar a sedenta sede que estava sentindo.  O Problema da cede tinha sido resolvido.

        Voltei para o quarto e me assustei como um coelho em perigo que corre para a mata. Lucas já estava acordado quando voltei, com o lençol cobrindo até sua cintura deixando seu abdômen definido amostra. O cabelo desarrumado, o rosto um pouco amassado e se espreguiçava em cima da cama. 

― Bom-Dia! ― com a voz um pouco esganiçada. ― Pensei que tinha me abandonado. ― sorriu. E foi nesse dia que me apaixonei pelo seu sorriso de dentes perfeitos e brancos. ― Tomou café sem mim? ― esticou o braço me chamando com a mão. E eu me aproximei.

― Não apenas bebi água. ― segurei em sua mão.

― Você acorda sempre assim? 

― Assim como? ― imaginei-me horrorosa. 

        Céus Mellyssa, como você passa a noite na casa do seu namorado acorda antes dele e nem se ajeita? _ repreendi-me. Eu nem tinha me lembrado de pelo menos ajeitar o cabelo quando fui ao banheiro. Eu devia estar assustadora. 

― Estou tão ruim assim. ― comecei a passar a mão no cabelo para ajeitar um pouco.

― Imagina, você está linda e sexy. ― puxou-me para mais perto.

― Linda e sexy? ― transpassei minha perna por cima dele sentando sobre seu quadril. ― Deve estar muito apaixonado mesmo em.

― Uhrum! Completamente apaixonado ― confirmou. ― Mais sexy ainda com a minha blusa. ― segurou nas golas descendo as mãos para um decote formado ocasionalmente pelos botões abertos. ― Ficou linda em você. ― aquele foi seu primeiro riso cafajeste. ― Ficou tão linda em você que se eu usar não vai ser mais tão linda. ― envolveu minha cintura com as palmas das mãos.

― Bobo. ― empurrei de leve o seu ombro.

― Sério amor! 

"Amor"? Ele tinha me chamado de AMOR ou eu fiz a junção das palavras de modo errado? 

― Mas eu estava pensando aqui. ― sua voz me tirou do quase transe em que eu entrava.

― Pensando em quê? ― perguntei curiosa.

― Ela fica muito grande em você. ― abriu um botão. ― com certeza você ficaria bem melhor sem ela. ― piscou um olho sedutoramente. 

        Começou a abrir todos os botões, deixando-me apenas com os braços ainda cobertos pelas mangas da camisa. Me puxou pela camisa fazendo com que meu rosto se aproximasse do seu, contemplou meus lábios por segundos e me puxou mais para perto, mordiscando de leve meu lábios inferior e me beijando em seguida. 

― Pronta para o terceiro round? ― Foi a vez dele de me desafiar, me intimando sem esperar respostas.

Lembranças - CONCLUÍDO (SEM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora