Dias atuais
No decorrer da semana eu já conhecia todas as meninas, fiquei mais próxima de algumas, principalmente a que dormia em baixo da minha cama. A cama de baixo era pra ser minha, mas como ela tinha medo de dormir na cama de cima troquei sem problemas.
Foi assim que conheci Eduarda:
Logo após o jantar que aconteceu no dia que viemos para aqui, demos graças a Deus de sermos despachadas para o quarto. Todas nós estávamos muito cansadas, exaustas e todas as palavras mais que o cansaço pudesse trazer. Não tínhamos parado nem um minuto aquele dia. Éramos sempre mandadas para algum lugar.
― Estou morta. ― a mesma menina que tinha falo mais cedo sobre o tenente Ethan reclamou logo assim que entrou no alojamento. Eu fiz das palavras dela as minhas.
Até ali só ela quem falava, as outras meninas pareciam ser mudas assim como eu, e eu não começaria agora. Eu só queria saber de tirar a minha roupa, soltar o cabelo, me jogar na cama e apagar. Procurei por qualquer coisa que me deixasse confortável para dormir. Encontrei um short curto folgadinho e uma blusa de manga comprida, estava bastante frio aquela noite.
Coloquei minha mala em baixo da cama me cobri com o lençol e fechei os olhos pedindo a Deus para que me fizesse dormir o mais rápido possível, mesmo não estando acostumada com aquela cama, aquele lugar e aquelas pessoas.
Mas a menina da cama de cima rolava tanto na cama de baixo fazendo a minha balançar em cima o que me fazia acordar assustada às vezes em que estava quase pegando no sono.
― Você está bem? ― perguntei depois de agonizantes meia-hora perdidas de sono. A cama não só balançava, mas rangia às vezes também, contribuindo ainda mais para que eu não conseguisse dormir.
Droga! Por que eu tinha quer ter uma droga de sono leve? ― me amaldiçoei e invejei todas as meninas que já tinham dormido.
― Eu não consigo dormir, tenho medo de cair da cama. ― ela colocou a cabeça para baixo, falando num sussurro.
Se o problema era esse, resolveríamos agora.
― Eu troco de cama com você. ― disse já me sentando para levantar e ela para descer.
― Nem sei como te agradecer. ― estávamos de lados opostos. Ela deitou na minha e eu subi para deitar na cama dela.
― Não rolando na cama. ― ri. ― Eu seria eternamente grata a você.
― Agora não vou mais. Obrigada.
Não prolongamos o papo até porque eu logo fechei meus olhos e acordei com um barulho segundos depois. O que estaria acontecendo agora?
― Que merda é essa? ― xinguei e abri os olhos.
O barulho não parava.
― Vocês pensaram que estavam em alguma colônia de ferias princesinhas? ― Era Ethan gritando e batendo com um cacete insistentemente no armário de madeira onde ninguém tinha colocado suas coisas ainda.
― Porra da pra você para com isso que eu estou querendo dormir aqui! ― uma menina gritou. Estava escuro não dava para ver nada direito.
― Quem disse isso? ― quis saber mais ninguém se pronunciou.
― Levantem suas preguiçosas. ― ele gritava. Não ele berrava.
Ele não sabia falar baixo não, aquilo estava me irritando e para que continuava batendo naquele armário? Era um idiota. ― bufei.
― Vamos levantem. Vocês tem uma missão.
― Que porra de missão é essa? E há essa hora? ― A mesma voz reclamou e agora eu sabia de quem era. Ele começou a procurar a pessoa com a lanterna que estava em sua mão, mas não seria fácil iluminou muitos rostos com a lanterna.
― Se eu descobrir quem está xingando pode ter certeza que vai ser punida. ― disse ríspido. ― Vamos saiam ― ordenou.
― Vamos sair assim? ― perguntei. Todas nós não estávamos vestidas de acordo.
― Vão ― colocou a luz da lanterna na minha cara. ― E vão ser punidas por isso e pela amiguinha de vocês que falou palavras de baixo calão.
― Por quê? Não é nossa culpa. ― Todas reclamaram.
― Vocês não quiseram vim parra aqui? Soldados precisam estar prontos para tudo. ― respondeu. ― Saiam logo, não vou falar mais uma vez. ― E quando algum soldado faz algo de errado isso compromete a todos. Numa guerra, todas vocês poderiam estar mortas por causa de um soldado.
Todas estavam revoltadas. Tínhamos que dormir com o uniforme era isso? Era só o que faltava.
Todas nos fomos para fora, o frio percorreu nossos corpos e enquanto ouvíamos piadinhas de alguns soldados começamos a correr em uma pista não muito longe do alojamento.
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Lembranças - CONCLUÍDO (SEM REVISÃO)
Roman d'amour"Cada sonho que você deixa para trás, é um pedaço de seu futuro que deixa de existir". Vidas interrompidas. um futuro perdido. ódio e magoa... Melyssa agora paga pelo erro que cometeu anos atrás, tentando inutilmente agarrar-se a um novo recomeço e...