58.Não seja chata!

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Mell

― Posso fazer isso? ― Dani pediu, não só com palavras, virei meu rosto para olhá-lo e seus olhos também pediam. Não esperou minha resposta, adentrou no quarto e pegou o creme que eu passava na barriga para não dar estrias da minha mão.

― Eu já estava terminando Daniel. ― disse sem graça.

― Então eu termino. ― sentou-se ao meu lado na cama, já abria o frasco e despejava um pouco de creme na mão.

Esfregou sua mão uma na outra para espalha-los e em seguida suas mãos suaves alisava minha barriga com gestos minuciosos percorrendo toda ela, até mesmo por onde eu já tinha passado o creme ele tonou a passar novamente, mas isso não faria mal algum, seria apenas uma proteção a mais.

― É tão engraçado. ― disse divertido.

― O quê?

― É tão durinha. ― se referia a minha barriga. Riu de lado. ― Eu pensava que era normal.

― Como assim normal?

― Eu não sei explicar. ― disse confuso. ― Mas é bom de passar a mão. Ele já chuta?

― Sim!

― E como é a sensação?

― Um pouco incomoda às vezes. ― Como explicar a sensação, eu sentia umas gasturas quando o bebê se mexia dentro de mim. ― Ás vezes dói. ― tinha também esse detalhe.

― É tão lindo isso! ― sua voz era emotiva.

― Eu sentir incômodos e dores? ― estreitei as sobrancelhas, olhei até pra ele com mais intensidade meio pasma.

― Não! ? riu. ― Você está gerando uma vida dentro de você e isso e tão lindo. ― sua voz tinha mais emoção do que antes.

― Isso é verdade. ― concordei.

― Você já pensou em como ele vai ser? Se vai parecer comigo ou com você em algo?

― Já, mas eu não imagino muito o rosto. Os traços em si. Mas eu queria muito que ele tivesse os olhos azuis iguais aos seus. ― confessei.

― Serio? ― levantou o rosto para me olhar. Tinha um sorriso bobo nos lábios e seus olhos ficaram mais azuis ainda.

― Serio! A cor dos seus olhos é diferente.

O azul dos olhos de Daniel contrastavam-se em tons acinzentados às vezes. Esse era o tom que eu mais gostava quando eles não estavam completamente em seu azul bem claro.

― Eu deixo o meu filhão ter os olhos da cor do meu. ― se gabou.

― Rum... ― murmurei. ― O seu mau é esse, você recebe um elogio e se acha a ultima bolacha do pacote

― Foi só uma brincadeira Mell.

― E você, já imaginou como é que ele será?

― Antes de sabermos o sexo eu imagina que seria uma menina. Com os cabelos iguais aos seus, os olhos, uma copia sua em miniatura. ― riu de lado, suas bochechas até se ruborizaram.

― Serio? ― foi minha vez de ficar pasma. ― Então a noticia de que seria um menino te decepcionou? Geralmente os pais querem meninos. ― falei confusa.

― Não fiquei decepcionado por ser menino, eu gostei que fosse também. Mas eu nunca pensei que fosse ser pai na minha vida, e quando eu soube a primeira coisa que veio a minha mente foi uma menininha.

― Você nunca se imaginou tendo filhos? ― perguntei abismada. ― Queria farrear a vida toda Daniel?

Ele ficou mudo com um sorriso safado nos lábios.

Lembranças - CONCLUÍDO (SEM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora