32. Quem mandou mexer com a fera

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Mell

Dias Depois 

        Era estranho ficar na casa de Lucas, não porque eu não gostasse de ficar. Eu amava ficar ali com ele, mas era estranho porque eu não deveria estar ali, e eu sabia disso. Aquele lugar não era meu e sim da pessoa que em breve voltaria para tomar seu lugar. E eu, teria que sair, sem deixar nenhum vestígio da minha presença nessa casa.

― Amor vamos dormir. ― arrastei as palavras assim como me arrastei sonolenta até seu escritório. Ele ficou boa parte do dia ali, sentado naquela cadeira e digitando naquele notebook. Parou apenas para comer e tomar banho.

― Eu já vou Melzinha. ― sua voz era cansada e mesmo assim carinhoso. ― Como estou sem secretária faço tudo sozinho. ― disse me olhando por cima dos óculos de grau que estava usando.

        Céus mesmo não estando vestido de forma formal, ele estava absurdamente lindo vestindo apenas um short. Seu corpo definido a mostra, o cabelo com um aspecto molhado e com os óculos que o deixava com cara de intelectual.

― Só preciso terminar isso aqui. ― Voltou a olhar o notebook. ― Só mais dez minutos. ― disse concentrado na tela digitando algo. 

― Termina isso lá no quarto. ― me aproximei ficando ao seu lado me recostando na mesa de madeira rústica. ― Leva esse computador pra lá e termina isso no quarto ― sugeri.

        Ele virou o rosto fixando seus olhos nas minhas pernas, levantando seus olhos e fitando agora meus olhos.

― Lá eu não vou conseguir. ― balançou a cabeça. ― Eu preciso terminar esse trabalho e você com essa camisola ai, na cama, eu não vou conseguir me concentrar no trabalho e vou querer começar um trabalho com você. ― sua voz soou melodramática, e voltando sua atenção para a tela do notebook a sua frente.

― Então quer dizer que eu sou uma distração? ― Afastei um pouco a cadeira de rodinhas para trás e me sentei em seu colo ficando de frente pra ele acomodando meus braços em seu ombro.

― Huhum. ― sibilou maneando a cabeça com um sim tão lentamente que pareceu estar em câmera lenta. Seus braços continuaram desfalecidos ao seu lado e seus olhos agora estavam no decote da camisola preta que eu usava. Ele estava tenso ou foi impressão minha?

― Posso ser uma distração aqui também. ― Levantei seu rosto para que olhasse pra mim.

        Como eu gostava de provoca-lo.

― Não tenho dúvidas disso Mell. ― engoliu seco.

― Termina isso lá no quarto. ― me ajeitei em seu colo, retirei o óculos de seu rosto e me virei para coloca-lo em cima da mesa atrás de mim.

― Não faz isso. ― pediu num resfolego fechando os olhos fortemente e os abrindo novamente.

― Isso o quê?

― Não fica se mexendo bruscamente assim enquanto está no meu colo. ― apertou as mãos contra os apoios de braços do acento.

― Assim? ― me remexi.

― Ééérrrrr... ― prolongou a vogal.

― Por que não? ― perguntei me fazendo de ingênua.

― Porque isso...? ― curvei meu corpo para frente enquanto ele procurava uma palavra.

― Te excita!!! ― sussurrei em seu ouvido e beijei seu pescoço. Ele estremeceu.

― Não eu fico com medo de você cair. ― disse rapidamente.

        Ele estava se fazendo de difícil e aquilo fazia com que eu tivesse mais vontade de provoca-lo.

― Não é isso que eu estou sentindo. ― me remexi de novo. 

― Ok você venceu, isso me excita. ― rendeu-se. ― Não só isso, mas porque você tinha que colocar uma camisola dessas? ― passou as mãos nas minhas coxas sobre o tecido preto transparente. ― Isso aqui eu rasgo fácil. ― E foi justamente isso o que ele fez, rasgou um pouco a barra da camisola.

― Ahh Lucas, não faz isso. ― Resmunguei.

― Quem mandou despertar a fera. ― riu subindo a mão por baixo do tecido me fazendo ficar arrepiada.

― Eu não ia te contar o meu plano diabólico... ― suspirei quando ele beijou meu queixo. ― Mais como você está envolvido... ― parou seus carinhos e me olhou curioso.

― Que plano "diabólico" é esse? ― enfatizou. Suas mãos escorregaram para minha bunda e ele me puxou mais para perto. Se é que isso era possível.

― Eu estabeleci uma meta a mim mesma de que iríamos fazer sexo em todos os cômodos desta casa. Assim quando eu for embora você vai lembrar de mim quando estiver em qualquer lugar por aqui.

        Suas sobrancelhas se arquearam.

― O quê? ― perguntei normalmente.

― Gostei desse seu plano. ― riu de um jeito cafajeste subindo suas mãos pelas minhas costas.

        Lucas tocou a ponta do seu nariz no meu pescoço aspirando o meu perfume.

― Eu amo o seu cheiro. ― Beijou meu pescoço, meu queixo e depois minha boca. ― Eu amo o seu beijo. ― disse entre meus lábios.

        Entrelacei meus dedos no seu cabelo e segurei firme enquanto o puxava para mais perto de mim, ele gemeu baixo e meu coração acelerou.

― Eu amo isso.

        Passou as mãos por cada centímetro do meu corpo. Beijou meu ombro e começou rasgar minha camisola inteira. Eu nem ousei em reclamar, o que adiantaria o estrago já tinha sido feito.

― Eu amo você. ― sussurrou rasgando o que faltava enterrando suas mãos no meu cabelo me puxando para um beijo apaixonado.

        E ali nós fizemos amor.

Lembranças - CONCLUÍDO (SEM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora