18.Menina Veneno

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Lucas

        Eu tive o azar de me sentar de frente para a direção da entrada do restaurante e vi quando ela chegou. Meus olhos a percorreram por inteiro, fazendo uma analise critica dela completa, como se meus olhos fossem scanners. Subi meus olhos saindo vagarosamente do chão, passando por seus pés, admirando suas longas pernas e suas coxas grosas e mais definida agora. Eu poderia descrevê-la de duas formas possíveis, tanto de cima para baixo, quanto de baixo para cima. Ainda assim ela seria descrita como uma deusa vista aos meus olhos.

        Droga, porque ela tinha que escolher um vestido tão curto e tão justo no corpo. Ele acentuava todas as suas curvas e acomodar seus seios em um decote inexistente. Engoli a seco e serrei os punhos nervoso por debaixo da mesa.

        A tira colo estava ele o loiro, agarrado nela como se ela fosse um troféu. Eu não soube descrever se eles vinham em nossa direção em câmera lenta ou se eles estavam andando de vagar de propósito, mas aquilo já estava se tornando angustiante para mim.

        Eu tinha que permanecer calmo. ― Fica calmo Lucas, é só um jantar, onde sua ex, a sua atual e o atual dela estariam presentes. Eu repetia aquilo como um mantra na minha cabeça.

        Não, não era apenas um jantar. Era uma câmara de tortura onde eu estava arriscando tudo por causa de um capricho de Lívia. Eu estava sofrendo por vela ao lado dele e eu odiava esse sentimento de alto-flagelo essa era a descrição correta.

        Desviei os meus olhos dos dela assim que ela se aproximou da mesa onde a esperávamos.

― Oi. ― Nos cumprimentou cordialmente e com um enorme sorriso. ― Demoramos um pouco, mais chegamos. ― disse numa maia desculpa.

        Eu me perguntava como ela conseguia agir tão naturalmente. Tão natural e sínica ao mesmo tempo. Eu tentava calcular tudo, até as palavras antes mesmo de dizê-las para não dizer o que não devia e estragar tudo.

― Oi Mell. ― Lívia já estava de pé, beijando as bochechas de Melyssa como se fossem amigas que não se viam há tempos.

        E eu permaneci lá olhando acena. Lívia me lançou um olhar intimidador daqueles que as mães dão aos filhos malcriados delas. Estava me advertindo que eu tinha sido deselegante em não me levantar para cumprimenta-los.

        Ela não entendia que eu estava em apuros aqui. Eu estava me controlando para não surtar e jogar tudo para cima e sair de lá fugindo como um covarde. Mas fui mais sensato e agi de outra forma.

―  Ahh... me desculpem. ― disse embaraçoso. ― Boa Noite. ― levantei exasperado. Minhas pernas se chocaram contra mesa fazendo com que o copo com água em cima da mesa quase caísse.

        Apertei a mão de seu namorado primeiro, para depois a dela.

― Nada de apertos de mão Lucas. ― Melyssa falou rindo. ― Há quanto tempo não nos vemos? ― Pensou. Ela estava fazendo cena, isso era fato. Ela sabia muito bem, assim como eu. ― Dois anos pelas minhas contas. ― seu fingimento era descarado. Ela era uma garota veneno. ― Vamos me dê um abraço. ― Foi ela quem me puxou, agarrando minha cintura e encaixando seu pescoço no vão do meu pescoço. Filha da mãe! A xinguei em pensamento.

        Calculei cada gesto meu naquele abraço. Envolvi meus braços por sua cintura para um abraço rápido, mas quando estava prestes a me soltar dela os fios de seu cabelo se choraram contra meu rosto fazendo seu perfume me golpear em cheio. Traguei todo o ar que pude para senti-lo. Aquele era o perfume que eu adorava quando ela usava. E justamente hoje ela o colocou. Não sei se propositalmente, mas tinha me abalado. Droga eu não quis mais solta-la. Tanto não queria que a prendi mais forte contra mim.

Lembranças - CONCLUÍDO (SEM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora