77. Mais que laços sanguíneos

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         Mell

        Ângela estava tão concentrada no que fazia que nem tinha percebido a minha presença, eu a observava já fazia uns cinco minutos. Vê-la fazendo sua própria maquiagem era algo inusitado, ela não era uma mulher vaidosa, rara foram às vezes que eu a vi maquiada, mas claro que ela não precisava disso, tinha uma pele perfeita e Deus lhe deu uma beleza incrível.

        Era mais uma linda noiva que eu via, por mais simples que fosse o vestido que ela tivesse escolhido, ela não deixou de ser uma noiva Ângela já tinha sua beleza própria, à simplicidade apenas complementou. Os cabelos estavam presos numa meia lua com uma tiara de prata com pedrinhas brilhantes, deixando seus cachos irem até o meio de suas costas. A maquiagem estava bem leve.

― Larga esse batom e se afasta do espelho. ― disse como um assaltante numa brincadeira. Ela estava nervosa demais suas mais tremiam. Entrei em seu quarto, seus olhos me seguiam através do espelho.

― Você me assustou sabia. Ainda bem que você chegou, eu já estava ficando doida aqui. ― se levantou. O vestido tomara que caia tinha ficado perfeito em seu corpo depois dos ajustes. ― Você acha que é preciso marcar mais os olhos? ― a voz de Ângela estava apressada e demonstrava que ela estava completamente nervosa.

― Está ótimo assim, só precisa de uma coisa.

Abri a bolsa de mão que estava comigo e tirei o batom que eu tinha trago para ela usar.

― Aqui passa! ― entreguei.

        Ela pegou o batom da minha mão abriu vendo a cor que era e olhou para mim com a sobrancelha unida.

― Anda. ― mandei.

        Não reclamou, se virou de frente para o espelho e passou o batom vermelho sangue.

― Você não acha que ficou muito vermelho Mell. Não quero ficar parecendo o coringa. ― olhava para sua boca pelo seu próprio reflexo no espelho a sua frente.

― Ficou lindo. ― ri da comparação que ela fez de si mesma. ― era o detalhe que faltava, destacou seus olhos e por você ser branquela realçou ainda mais a cor dos seus cabelos. Senta. ― a puxei. ― vou te ajudar a colocar o véu.

        Ela se sentou e eu comecei a prender o véu em seu cabelo. Agora ela estava completamente pronta. Uma noiva digna.

― E então como eu estou? ― perguntava já de pé a minha frente.

― Linda! ― peguei suas mãos. ― Eu ainda não acredito que você está casando.

― Nem eu acredito que eu estou fazendo essa burrada. ― revirou os olhos e me arrancou um riso.

― Você ama o Ethan, você sabe disso. ― apertei sua mão.

― É... tem esse grande detalhe, eu amo aquele idiota. ― deu de ombros.

― Eu quero que você seja muito felizes minha amiga, você merece.

― Obrigada Mell, eu nem sei como te agradecer por tudo, foi uma correria danada porque eu apareci com a notícia de que ia casar e você esteve lá todo o momento para me ajudar com tudo.

― Não foi nada de mais Ângi, eu gostei de fazer isso, já que eu não tive o meu, pelo menos eu pude ajudar você com o seu. E você sabe que você é como uma irmã para mim, não podemos ter nenhum laço sanguíneo, mas Deus não coloca ninguém na nossa vida por acaso e eu adotei você, já que você não tem nenhum irmão.

― Você não devia estar falando isso para uma pessoa que está nervosa, vai me fazer chorar e eu não posso borrar a maquiagem, Mell. ― seus olhos verdes brilhavam pelas lagrimas que se formaram e os meus também começaram a lacrimejar. ― Você também é a irmã que eu nunca tive. ― me abraçou fortemente e eu não me aguentei e comecei a chorar.

― Você não é a única que vai borra a maquiagem, a minha eu já borrei.

― Ai Mell, eu queria tanto ver você feliz. ― sua voz saiu embargada.

― E quem disse que eu não sou, sou muito feliz.

― Você engana a si mesma, mas não me engana. ― se afastou de mim e fitou meus olhos. ― O Lucas me contou sobre o que aconteceu naquele dia.

― Hoje não é dia de falar sobre isso Ângela. ― desviei meus olhos do dela. ― Está quase na hora de você ir para igreja. ― mudei o rumo da conversa. ― Cadê o seu buquê?

― No quarto da minha mãe, você pega pra mim?

― Claro! ― sai do quarto dela e fui pegar o buquê.

Olhei no quarto da mãe de Ângela e não encontrei nada, nem mesmo sinal da mãe dela.

― Onde está Ângela? ― gritei, o quarto dela era ao lado do da mãe, então ela responderia em resposta.

― Eles já estão indo. ― a voz me assustou e quando me virei para olhar era Lucas.

― O que você está fazendo aqui?

Ps: como sou muito boa, vou deixar vcs com esse capítulo. Durmam com a cabeça nada quente kkkkkkk bju!

Gente a história já está em sua reta final ;/

Lembranças - CONCLUÍDO (SEM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora