37.Minha mais nova funcionária

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        Lucas

         Eu odiava ver mulheres chorando e ver a que eu amava era ainda pior. Melyssa estava sentada na cama, segurando os joelhos fitando sei lá o que a sua frente. Nem se quer tinha notado minha presença ali ainda. Andei lentamente para não assusta-la e só quando me aproximei mais, foi que ela me viu.

― Fiquei preocupado, você não deu notícias. ― Sentei ao seu lado e a puxei, aninhando-a em meus braços. ― estava tão frágil, soluçando e tremendo. Naquele momento eu estava disposto a fazer qualquer coisa que pudesse fazê-la parar de chorar.

― Shii... Calma eu to aqui. ― balancei-a nos meus braços. ― Ele não fez nada com você não né, Mell? ― perguntei vasculhando nela qualquer coisa com meus olhos. Aquilo me preocupava, ela não falava nada. ― Ele fez Mell? ― insisti.

― Não. ― disse balançando a cabeça. Sua voz pesada pelo choro me fez sentir ainda pior. ― Foi horrível Lucas. ― fungou.

― Me conta como foi. ― pedi paciente a apertando mais forte nos meus braços.

― Eu nem cheguei a contar... ― soluçou. ― Ele viu uma foto nossa no meu computador e associou as coisas, eu nem pude explicar nada. ― Voltou a chorar.

        Passei a mão nas lagrimas que caiam de seus olhos, ela me olhou e meu coração apertou.

― Shii.. calma eu to aqui. Ele vai entender Mell, você não tem culpa se ele viu e associou tudo errado.

― Você acha mesmo? ― se ajoelhou na minha frente na cama, seus olhos amedrontados piscavam sem parar.

― Claro amor. ― ri para tranquiliza-la. ― Vem cá. ― a puxei e a deitei no meu colo.

        Fiquei com ela um bom tempo fazendo carinho em seu cabelo até que ela dormiu.

        A cama estava faltando alguma coisa quando acordei. Sim Melyssa! Olhei pelo quarto e nada de sua presença ali, levantei e a encontrei na sacada sentada na mesma posição da qual a encontrei ontem à noite.

― Bom-dia minha princesa. ― minha voz saiu rouca. Ela automaticamente se virou e me olhou.

― Bom-Dia! ― esboçou um fraco sorriso e se levantou com os braços abertos me convidando para um abraço.

        Seus olhos estavam inchados de tanto chorar. Era horrível vê-la daquele jeito.

― Não gosto de te ver triste amor. ― fiz uma voz melodramática e a abracei. ― Não quero ir para o trabalho e deixar você assim. ― colei nossas testas e fitei seus olhos verdes.

― Você tem mesmo que ir. ― fez biquinho.

― Sim, estou atarefado de trabalho. Eu queria muito poder ficar aqui com você, te consolando, mas não posso. Estou sem secretária e tudo sobrou para mim.

― Esse é o problema? ― sua voz se animou. ― Posso ser uma dedicada secretária.

― Você? ― me afastei e comecei a rir. Vê-la rindo um pouco já me animava.

― Não entendi o porquê do riso. ― arqueou uma sobrancelha, cruzou os braços e bateu o pé esquerdo contra o chão. ― Está duvidando da minha competência senhor Lucas Alves? ― andou o curto espaço que nos separava encostando seus braços em mim e me fazendo andar para trás.

― Nunca amorrr... ― disse me fingindo estar amedrontado por ela. ― Adoro esse seu jeito enfezadinha sabia. ― usei uma voz sedutora. ― não duvido da sua competência amorzinho. ― cai sentando numa poltrona atrás de mim.

Lembranças - CONCLUÍDO (SEM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora