78.Plano em ação

5.1K 357 17
                                    

Lucas

― O que você está fazendo aqui? ― Mel se assustou quando me viu e eu não esperei mais do que surpresa da parte dela por me ver ali. ― Eu pensei que fossemos nos encontrar na igreja. ― não deu muita importância e andava de um lado para o outro procurando o que foi pretexto para que eu a encontrasse aqui. ― Não vai me dizer que desistiu na última hora? ― cruzou os braços para me encarar indignada.

― Precisamos conversar. ― minha voz saiu calma. Fechei a porta atrás de mim e fui ao seu encontro.

― Agora não da Lucas, já está quase na hora da Ângela ir para a igreja. ― Voltou a procurar o que a essa hora já estava na mão de Ângela a tempos. Qual foi a parte de que eles já tinham ido ela não tinha entendido?

― Ela já está com o buquê Mell, e já foram. ― repeti.

― Ahh eu mato a Ângela. ― disse irritada andando na minha direção apressadamente. ― Por que não me avisou?. _ passou por mim e pôs a mão na maçaneta da porta para abri-la.

― Mell, você não vai sair daqui enquanto a gente não conversar. ― pus minha mão por cima da dela para impedi-la. Vi quando seus olhos pairaram em cima de nossas mãos juntas, mas ela logo desviou o olhar, olhando para mim e desviando o olhar em seguida.

― Lucas, eu preciso ir. ― puxou a mão com força e se afastou.

― Qual a parte que você só vai sair daqui depois que conversamos você não entendeu? ― entrei em sua frente a impedindo de tentar abrir a porta.

― Não temos nada para conversar, se for pelo outro dia eu não quero nem ouvir. ― cruzou os braços do jeito que sempre fazia quando era contrariada, tentou me intimidar com seus olhos fulminantes e irados de raiva. ― Eu já construí a minha vida, será que você não pode me deixar em paz...

Começou a falar desenfreadamente.

― Chega Mell, chega dessas desculpas que saem da boca pra fora. ― me exaltei, ela se calou e ficou me olhando com olhos arregalados.

― Você não tem o direito de falar algo que você não sabe. ― arfou.

― Eu não sei ou você que fica tentando se enganar? Você fica mentindo para si mesma Mell.

― Eu... eu...

A puxei pela cintura com força grudando nossos corpos logo sua respiração começou a arfar, seus olhos pairaram nos meus lábios e eu sabia que assim como eu ela também queria me beijar, mas eu sabia que ela não tomaria nenhuma iniciativa então eu mesmo resolvi toma-la.

Não era só um beijo, mas sim um beijo de saudade de ambos, de sofrimento e desespero. Aos poucos foi ficando calmo e cada vez mais suave. Me afastei de vagar a abraçando me sentindo completamente realizado como se apenas o beijo de Mell, fosse a cura da qual eu procurava para qualquer doença que eu pudesse vir a ter.

― Está sentindo isso? ― peguei sua mão e levei até o meu coração. ― Ele só bate rápido assim quando eu penso em você, quando eu vejo você e quando estou perto de você, como se você fosse uma injeção de adrenalina feita só para mim. ― beijei o topo da sua cabeça que repousava em meu ombro.

― Eu sei bem o que é isso eu sinto os mesmos sintomas. ― sua voz e um riso saíram abafados. ― estamos cometendo o mesmo erro Lucas, e eu não quero fazer isso. ― se afastou dando passos atrás os olhos começavam a lacrimejar. ― Tudo o que eu quero é ficar com você, mas...

― Então aqui estão vocês. ― Olhamos juntos na direção da porta quando ouvimos a voz de Daniel.

― Daniel? ― Mell disse surpresa.

― Eu sei que vocês não esperavam por mim, me desculpa se atrapalhei alguma coisa.

― Você... não... atrapalhou nada... ― a voz de Melyssa saiu tremula. Eu não sabia se Daniel estava irritado ou algo mais, ele não demonstrava nada do tipo. ― O Lucas estava me ajudando a procurar um brinco da Ângela, mas não encontramos. ― ela olhou pra mim rapidamente desesperada não querendo que eu a desmentisse. Essa seria a desculpa então.

― Foi. ― confirmei rendido.

― Eu pensei que você só fosse voltar amanhã. ― Mell andou na direção da porta.

― Íamos, mas cancelaram uma reunião ai eu vim, fiz mau? ― Daniel estendeu o braço para pegar a mãe de Melyssa.

― Não Dani. ― seu sorriso era forçado.

― Ainda bem que encontrei vocês aqui, eu chamei, mas ninguém respondeu, como ouvi vocês eu entrei.

― Tudo bem vamos. ― ela saiu andando na frente.

Então ele não tinha nos pegado em flagrante, foi por bem pouco.

Lembranças - CONCLUÍDO (SEM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora