21.Família feliz/Você não presta

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Mell

Flash back

        "Me senti em uma daquelas seninhas clichês de filmes americanos. Aquelas típicas onde todos da família viajam dentro do carro felizes. Só faltava o cachorro e a cantoria.

        Lívia abriu a porta traseira para eu entrar, sempre com aquele sorriso que me nada nauseas. As condições de Lucas estavam realmente boas, pois quando nós namorávamos ele não tinha um Honda Sivic. Me sentei atrás do banco dela eu não queria trocar olhares com Lucas pelo retrovisor.

― Posso te chamar de Mell? ― a voz de Lívia ecoou na minha cabeça e a vontade que eu tive foi de dizer “Não vadia você não pode” e em seguida começar a estapear a carinha de anjo que ela tinha. ― Nossa eu estava ficando agressiva de mais tirei aquele pensamento ridículo da minha mente, me senti infantil por isso.

        Vi quando a mãe de Lívia pousou sobre a coxa de Lucas em busca de sua mão que logo se entrelaçou na dele. Engoli a seco abaixando minha cabeça e não pude deixar de lembrar que muitas vezes era a minha mão que estava ali. Virei à cabeça para olhar a rua agora.

        Meu telefone começou a vibrar na minha mão e agradeci a quem fosse que estivesse ligando naquele momento.

― Mell! ― era Ethan. Santo Ethan.

― Oi querido pode falar. ― ele estava me fazendo um convite para irmos à praia, mas eu não estava mais com clima para fazer nada hoje. ― Já estou chegando. ― Desliguei e vi quando Lucas olhou de relance pra mim pelo retrovisor. Puta merda! ― xinguei em pensamento.

                Eu sei que tinha agido de má fé quando chamei Ethan de querido, mas naquele momento eu quis mostrar que eu também tinha alguém. Eu não citei nomes então não tinha como nenhum deles saber que era Ethan. 

― Podem me deixar aqui, eu moro na rua de trás. ― pedi.

― Na rua de trás? ― Lucas perguntou intrigado. O que isso interessava a ele? Acho que nada.

― É amor foi o que ela disse.

        Ele parou o carro e eu desci quase correndo e agradecendo pra não dizer que não tinha educação. Andei para casa o mais rápido que pude. Por pouco não sai correndo"

[...]

Apôs o Jantar

― Essa garota é uma tremenda arma nuclear. ― Ethan disse assim que entramos no quarto de Ângela, a mesma levantou da cama num sobre salto agarrando o namorado.

― Todo meu de novo. ― deu vários beijos na boca do loiro. Vocês não se beijaram né? ― perguntou olhando pra mim com o mesmo olhar mortal de mais cedo.

― Não mesmo Ângela. ― respondi. Eu estava tão feliz com meu feito que eu mesma tinha vontade de correr e beijar os dois.

― Ótimo. ― disse seca. ― Agora me contem o que aconteceu lá? ― falou toda animada. Era incrível como o humor dela oscilava.

― Ele entrou naquele banheiro não foi Melyssa? ― Ethan veio me perguntando isso no carro mais eu não respondi.

― Safada. Você o agarrou dentro do banheiro do restaurante? ― Ângela me acusava rindo.

― Será que vocês me deixam contar?

― Fala Mulher antes que eu te esgane e faça você falar.

        Contei para ela já que Ethan presenciou tudo. Contei o quanto eu fui provocante usando meu charme pra tentar o Lucas, contei sobre o que ele foi fazer no banheiro, que ele me ajudou a limpar o vestido e que quase nos beijamos. Quer dizer ele quase me beijou. Contei também o que vim planejando no carro que me tornar "amiga" da noivinha do Lucas.

― Eu tenho pena desse cara. ― Ethan o defendeu.

― Não tenha. Você está comigo ou com eles? ― minha voz foi pura indignação.

― Ahhh não falo mais nada. ― resmungou.

― Você é uma puta Melyssa,quer se tornar amiga da garota pra tirar ele dela?

― Eu não tinha pensado nisso. ― uma lampadazinha acendeu na minha cabeça. ― Na verdade eu estava pensando em das uns pegas nele pelas costas dela. ― gargalhei os dois me olharam chocados. ― Mas adorei essa tua idéia.

― Você o quê? ― os dois perguntar juntos. Estavam passando muito tempo juntos aquilo estava começando a ficar estranho. Já começavam a falar ao mesmo tempo.

― Isso que vocês ouviram. O que é escondido é mais gostoso. Agora que eu sei que ele me quer eu vou fazer tudo que posso pra provocar. Mas eu quero que ele tome a iniciativa, que ele me agarre porque ai eu me sinto menos culpada. 

― MENOS CULPADA? Cara de pau. ― Ângela me deu um tapa no meu braço. ― Já sinto pena dessa menina.

― Você? Com pena que alguém ― gargalhei porque essa era a piada do século. ― Não estou reconhecendo você agora. Amiga, por favor, volta.

― Estou aqui sua vadia. ― riu. ― Que se foda, você sabe o que você faz. Eu sempre soube que você não prestava que no fundo tinha um lado mau ai dentro.

― Aprendi com a melhor. ― olhei pra ela e ri.

        Era isso. O plano já estava traçado e eu o colocaria em ação, só não sabia como inicia-lo. Eu tinha tudo ao meu favor, a namoradinha dele tinha se encantado por mim e eu só tinha que continuar sendo "um docinho" com ela.

Lembranças - CONCLUÍDO (SEM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora