52.Vamos ser uma Família?

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Mell

Um dia depois

Eu já tinha estado algumas vezes ali, mas desta vez era mais por obrigação do que vontade própria. Eu não queria ter que voltar ali, não depois de como tudo aconteceu. Apertei o botão da campainha e o som esganiçado ecoou dentro da enorme casa de Daniel. Esperei que um de seus empregados abrisse a porta, com certeza Daniel, deveria estar dormindo uma hora dessas. Eram dez da manhã de um sábado, ele deve ter passado a noite em alguma boite bebendo e agora deveria estar se recuperando de ressaca.

― Boa escolha de pai pro seu filho Melyssa. ― Fiz-me uma alto repreensão apertando o botão da campainha mais uma vez, dessa vez deixando o meu dedo pressionado no botão por um tempo, meu pé batia freneticamente contra o chão. Eu estava nervosa sem duvida e isso não era nada bom para o bebê.

Agora toda a prioridade era o meu filho que estaria por vir daqui a alguns meses, mesmo ainda estando no início da gravidez, eu queria zelar pelo seu bem estar. A demora já começava a me irritar. "Será que não tinha ninguém em casa". Tonei a apertar a campainha, talvez Daniel não fosse aquele tipo de patrão opressor, hoje era domingo, talvez os empregados estivessem de folga.

Mas quando ouvi o barulho da chave virando na fechadura da enorme porta branca a minha frente, esqueci da imagem de bom moço que fiz dele por um breve momento.

― Mell. ― era o mesmo a minha frente, o proprietário da casa quem tinha vindo abrir a porta. Surpresa! Isso foi o que pude decifrar de inicio em seu semblante. Não esperei por menos.

Daniel trajava apenas uma bermuda jeans escura, o rosto amassado e como eu tinha previsto, ele estava dormindo e eu o acordei.

― O que está fazendo aqui? ― o cenho franzido demonstrava certa indignação. Segurava a porta com a mão e nem um convite para que eu entrasse ele tinha feito. Mas eu também não esperava por isso.

Eu seria breve, não esperei mesmo por nenhum convite dele para que eu entrasse me oferecesse café ou nada especifico.

― Serei breve Daniel. ― minha voz soou áspera. Foi a primeira vez que dirigi minha palavra a ele. ― Eu não pretendia te contar, mas uma amiga disse que seria sensato eu fazer e depois de eu pensar muito, eu também achei que você deveria saber.

― Soubesse o quê?

― Você vai tirar conclusões precipitadas a meu respeito, vai achar que estou tentando te dar um golpe, mas eu não preciso do seu dinheiro. Sou forte o bastante para conseguir o que eu quero. ― comecei a me defender antes mesmo que ele ousasse a me acusar de algo.

― Golpe? Do que você está falando? ― balançou a cabeça confuso.

― Eu sei que isso não vai te abalar, afinal, quantas já vieram até a sua porta dizer o mesmo. ― arfei. ― E também como eu disse não quero nada de você...

― Você já está me deixando nervoso com tantas voltas. Da para dizer algo concreto. ― revirou os olhos entediado.

― Eu disse que seria breve não disse.

Confirmou com a cabeça. Qual seria a melhor forma de dizer isso? Pensei por um momento. Não tinha.

― Você vai ser pai. ― despejei as palavras e virei às costas voltando pelo caminho de onde tinha vindo. Minha parte já tinha sido feita não tinha mais nada para se fazer ali.

― Ei, ei, ei... ― ouvi ele gritar e me segurar pelo ombro me refreando.

Agora ele começaria a me acusar de mentir e de tentar da um golpe na sua fortuna. Revirei até os olhos.

Lembranças - CONCLUÍDO (SEM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora