41.Como vai a patinha?

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Mell

        Eu estava sentada no refugio que encontrei para não ficar vendo Lucas e Lívia, aos abraços, aos beijos e aos mais sei lá o que poderiam estar fazendo juntos. Sentada na mesma cadeira nos fundos do quintal, agora com meu pé suspenso em um pequeno banco, com uma bolsa de gelo no meu tornozelo. O gelo tentando fazer seu trabalho “curandeiro” de desinchar o local e ao mesmo tempo fazer com que meu pé de certa forma voltasse ao lugar.

        Eu lia um livro do qual não sabia o titulo e muito menos o que estava escrito nele, minha mente estava em outro lugar. Agora eu sabia que tinha feito à péssima escolha de ter vindo para cá.

― Ai está você. ― a voz de Diogo invadiu meus ouvidos me tirando de meus devaneios inoportunos.

― Estava a minha procura? ― disse sem tirar os olhos do livro.

― O que está lendo? ― ele não respondeu a pergunta. Nem eu mesma sabia, então levantei o livro mostrando a capa, para que o mesmo lesse.

― E bom? ― perguntou.

― Não sei. ― ri.

― Como não sabe? ― uniu as sobrancelhas e balançou a cabeça.

― Estou pensando em outras coisas.

― Agora está explicado. ― sentou no mesmo lugar que tinha sentado da outra vez que estivemos ali. ― No ex aposto. ― Cogitou ao tentar adivinhar meus pensamentos.

― Por que você pensa que sempre estou pensando no meu ex? ― ri pelo que tinha cogitado e esperei por sua resposta. Ele olhava tinha os olhos focados a sua frente inexpressivos.

― Porque você parece triste e sei lá só acho. ― virou o rosto para me olhar e riu por não saber responder.

― Não estava pensando no meu ex... são outras coisas...

― Humm... Como está a patinha? ― Olhou para o meu pé.

― Patinha? ― fuzilei-o com o olhar. ― Sem graça. ― eu não me irritei seriamente pelo seu comentário. Até ri daquilo.

― Deixa eu te ajudar, desse jeito não vai melhorar. ― Ele já tinha sentado no banco e colocado meu pé em seu colo com cuidado.

― Não precisa Diogo.

― Shiii moça. ― pegou a bolsa de gelo e começou pressionar o local. ― Tá doendo?

        Balancei a cabeça negativamente. Meu pé já devia estar dormente pelo tempo que o gelo já tinha ficado li.

― Eu pensei que o Lucas fosse me bater ontem. ― Ele jogou a bolsa de gelo no chão quando este tinha se virado água e pegou meu outro pé.

― Não precisa Diogo. ― começou a massagear meus pés ao mesmo tempo que eu tentava puxa-los de suas mãos.

― Eu quero, deixa. Tecnicamente sou o culpado por isso.

― Não se culpe, eu fui desastrada e tropecei.

― Não foi o que o Lucas achou.

― Ele só estava...preocupado comigo.

― Ele não gosta que eu fique muito perto de você.

― Nada a ver, ele só se sente responsável por mim, porque me trouxe para cá.

― Acho que não. ― disse duvidoso.

― Você é bom nisso. ― olhei para suas mãos em meus pés e essa foi também uma tentativa de mudar o rumo da conversa.

― Sou bom em muitas coisas baby. ― suas mãos começaram a subir saindo do meu pé e passando pela minha panturrilha.

― Acho que já está bom. ― puxei a minhas pernas.

― Você é escorregadia demais sabia.

― Eu vou ir comer alguma coisa. ― levantei com dificuldade e sai andando feito uma pata de perto dele.

Lembranças - CONCLUÍDO (SEM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora