16. Alexander McQeen

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Lucas

Dois anos antes 

― Vai ser uma festinha só para pessoas intimas cara. ― Lembrei da conversa que tive com Daniel horas atrás.

Mais não foi isso que eu vi, havia umas duzentas pessoas naquele lugar se não mais. O meu entendimento de intimo era totalmente diferente do de Daniel.

        Tive que rodar a rua umas duas vezes só para achar uma vaga disponível e ainda assim a única que encontrei ficava no fim da rua. Eu presumi que os donos de todos os carros estacionados ali deveriam estar na "minha festinha intima". Foi engraçado pensar desse modo já que eu estava indo para uma festa onde não conhecia ninguém em uma casa que não era minha e em um lugar totalmente novo. Não novo porque eu já tinha estado na casa do Daniel algumas vezes.

        Esse não era um bairro comum, as casas eram muito bem projetadas e com certeza Daniel não escolheria qualquer lugar pra morar. E não escolheu sua casa era enorme para um cara que morava sozinho.

        Daniel sempre foi um garoto mimado desde quando o conheci na época da faculdade, ele mais novo que eu dois anos tinha tudo o que seus pais podiam dar, mas ele não era o tipo de gente rica e snobe, era até simples de mais. Um completo "porra loca" se isso definia algo. Não ligava muito pra nada, fazia o que tinha vontade e era assim que ele vivia a vida. Eu me perguntava até hoje como ele tinha conseguiu se formar, já que ia mais para festas do que para as aulas na faculdade.

― Já ia ligar pra você Lucas. ― o celular estava realmente em sua mão. Logo me agarrou pelo ombro e me puxou para dentro da casa.

        Olhei ao meu redor e constatei que ali tinha mais de duzentas pessoas e aquilo me assustou um pouco.

― Isso é uma festinha intima? ― gritei para que ele ouvisse, já que dentro da casa o som estava alto de mais.

― Eu sei, eu exagerei um pouco. ― passamos pelo que antes deveria ser uma sala arrumada. ― Mais são todos amigos. ― piscou. ― E você já viu que só tem mulher top aqui. ― deu vários tapinhas nas minhas costas.

        O real motivo daquela festa era para eu esquecer como ele caracterizou o meu pé na bunda. Justificar para ele que eu não tinha levado um "pé" na bunda quase nos fez discutir e eu resolvi aceitar a festa já que se eu não viesse ele daria um jeito de levar à festa até a mim de qualquer jeito.

― Vou te apresentar as garotas mais gatas daqui. ― riu. ― Não vai ser um pé na bunda que vai acabar com o meu amigo. Depois de hoje você não vai nem lembrar mais o nome dela cara. ― me guiava pela casa cumprimentando alguns e me apresentando para outros.

        Barbara, Jessica, Bruna, Marcela, Renata e muitas outras eu já tinha conhecido só quando passamos pelo corredor que nos levarias para a cozinha e depois área la fora em que realmente estava acontecendo à festa. Todas lindas, gostosas e tudo mais isso eu tinha que concordar, mas nenhuma me agradou. Eu procurei os olhos de Melyssa em uma, o sorriso de Melyssa em outra, o jeito de falar e tudo o que pudesse lembrar qualquer um de seus tantos jeitos, mas nenhuma tinha nada que me lembrasse ela.

― Pow Lucas, você é mais difícil que mulher virgem. Assim vai sair daqui no zero a zero. ― me advertiu. ― Vamos pegar uma bebida pra ver se você se solta porque assim não dá. O que falta e álcool na sua mente.

        Abriu a geladeira de inox de duas portas e me entregou uma garrafa de cerveja long neck.

― Calma cara eu acabei de chegar. ― disse como justificativa ao que ele tinha me falado e virei o liquido amarelo gelado na minha boca.

Lembranças - CONCLUÍDO (SEM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora