Deixe-me ler tuas entrelinhas

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Musica para o capitulo: Can I - Alina Baraz

Camila Cabello's point of view

New York - 9:27

"Eu acredito tanto na força do pensamento. Acho que quando a gente pensa e sente o bem ele acaba voltando. Em dobro, triplo, infinito. Não dá para ter pressa, mas dá para guardar aquela certeza no fundo do peito: as coisas boas acontecem, sim, para quem distribui o bem por aí."

Deparei-me com esse texto de um autor desconhecido em uma época que todo o meu corpo desejava coisas ruins e até mesmo a morte.

Pense em como deve ser difícil você amar uma pessoa, se dedicar a ela de todos o modos e no final sair machucado. Pois comigo foi assim, entreguei-me de corpo e alma ao Dylan e no final saí destruída de uma batalha que entrei sem saber quem eram os jogadores.

Éramos para ser o porto seguro um do outro, mas nos tornamos meros desconhecidos no meio de nossa vida cotidiana. Atrasos desmedidos, saídas diárias sem horas para voltar, mentiras, desejos reprimidos por outras pessoas e no fundo, estávamos adiando o óbvio; o divórcio.

Eu o amava com todas as minhas forças e adiei a ida dele para longe de mim, por mais que eu soubesse que chegaria. Tornei-me dependente de um desconhecido, já que foi isso que nos tornamos depois de todas as falhas e erros vindos de ambas as partes.

Uma frase nunca fez tanto sentido em toda minha vida. Desejar o mal por todas as traições, mentiras e jogos vindo dele, estavam destruindo tudo de bom que havia dentro de mim. Eu só fazia chorar e reclamar, tudo que eu sentia era dor por ter confiado em alguém que eu pensei que seria para a vida inteira. Mas é como dizem "Há males que vem para o bem" e foi bom eu conhecer a única parte que eu não conhecia dele. Deixe-me confessar que foi a pior versão e a mais descabida que conheci.

Por longos meses achei-me insuficiente para ele. Pensei que todas as outras com que ele me traia na rua eram melhores e mais interessante. Chegou um dia em que me olhei no espelho e vi o quão ingênua fui ao pensar que eu não era suficiente para alguém, quando na verdade, a única coisa que eu precisava era ser suficiente para mim mesma. Usei a força do pensamento para dizer que sim, eu era suficiente e precisava apenas de mim mesma. Foram necessários longos meses para que eu mentalizasse e colocasse em prática coisas positivas sobre mim e saísse do furacão em que eu havia entrado.

Dylan entrou em contato comigo ontem à noite logo após eu chegar em meu apartamento, estranhei e foi perceptível. Ele veio com uma história de que queria ter uma conversa séria e mais uma vez eu neguei. Não se contentando, encontrei o homem parado em frente à agência, achei que ele fosse ter um ataque cardíaco se eu não atendesse e assim eu fiz.

A surpresa de tê-lo aqui foi tão grande que eu acabei esquecendo que a Dinah e a Lauren conversaram sobre a proposta hoje. Dinah ruborizou quando viu Dylan em minha sala e eu não consegui tirar os olhos da morena a minha frente, engoli a seco quando ela me olhou de cima a baixo. Me surpreendi quando vi a Lauren.. tão formal e extremamente linda. Acho que tenho fetiche por mulheres com roupa social. Eu acho.

Avistei Dylan levantar e se retirar, mas não sem antes reforçar o pedido da conversa em um local mais reservado. Ao passar por Dinah, pude ver ela trincar o maxilar e apertar as mãos em um estado de descontrole.

– Dinah, controle-se, por favor. - Tentei reverter o descontrole da loira mas eu sabia que ouviria diversas indagações mais tarde. A mulher suspirou.

– Ouch! - Lauren falou passando a mão no braço após receber um forte tapa da loira. Olhei boquiaberta com a atitude. – Por que fez isso?

– Ouch nada, branquela. Você me empurrou. - Bufou irritada mas desfez a carranca logo em seguida. – Então, aqui está minha superior. Quer que eu apresente vocês? - Revirei os olhos com a ironia. Lauren apenas negou com a cabeça. – Passe em minha sala antes de ir para eu lhe entregar o contrato, okay? - A morena assentiu.

Coincidence Or Fate?Onde histórias criam vida. Descubra agora