Diga-me o que vê, Lauren

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Música para o capitulo: Home  - Gabrielle Aplin (Dê play do inicio mesmo, escutem até o final)


Lauren Jauregui's point of view

New York - 8:47

Respire um pouco.. Mantenha a calma.

A verdade é que a tua cabeça sempre vai lhe mostrar um caminho e o coração outro. A verdade é que por mais que você esteja quase enlouquecendo, seus desejos e ambições te colocarão para cima. É como um mar; as ondas são os teus medos e toda a beleza e calmaria, que hora ou outra aparece, são os teus desejos.

Quanto maior os teus medos, maior será o afogamento quando as ondas vierem.

Quanto maior os teus sonhos, maior será a calmaria que se instalara dentro de ti.

Vence o que você mais alimentar.

Suponhamos que um barco está em alto mar. Há pessoas nele. Algumas você percebe o horrendo desespero estampado em seus rostos. Já outros.. é como se nem ali estivesse. É como se tivesse uma fé. Eles não precisam saber que irão sair do barco.. apenas tem fé de que isso vai acontecer. E se não acontecer, a fé permanecerá ali, intacta.

Lembro-me de um dia que estávamos na sala de jantar, meu pai ainda era vivo. Conversávamos sobre sonhos. A verdade, é que ali, eu tinha muitos sonhos. Um assunto comum, aparentemente, se tornou um tópico importante. Foram horas em que ficamos ali, sentados, conversando sobre o futuro. Sobre os sonhos em que tínhamos para o futuro.

Eu nunca soube diferenciar muitas coisas.. mas a única coisa que eu tinha certeza, é que eu queria ser feliz.

Encontrar alguém e construir uma família. Concluir meu ensino médio e correr ao encontro da minha faculdade. Eu sentia em meus poros, o anseio de um dia, me tornar algo importante.

"Você pode tudo, minha pequena."

Meu pai dizia.

Tinha dias em que eu acordava querendo ser uma super heroína e por favor.. desculpe-me a física, a matemática ou qualquer outra coisa/pessoa.. mas eu era. Meus cabelos de castanhos, ficavam rosa. Minhas roupas? Em minutos eu tinha uma capa e voava para longe. Muito, muito longe. Eu via o sol, a lua e as estrelas nascerem do alto. Meus olhos podiam observar bem de perto a coloração que o céu adquiria quando o sol ia e a lua vinha. As estrelas iluminavam e eu conversa com elas de perto. Minhas amigas. Apenas minha.

Diante dos meus sonhos, tudo a minha volta era pequeno.

Então eu cresci... Abdiquei de tudo para me trancar. E digo que, em hipótese alguma, eu escolhi aquilo. Foi involuntário. Aconteceu sem que eu esperasse e me machucou.

Quando meu pai morreu.. foi de perto, o pior dia da minha vida. Eu o vi naquele caixão, com aquela roupa que as pessoas colocam apenas em quem morreu.. aquele tanto de flores em torno de seu corpo.. suas mãos em cima de seu peito e minha mãe chorava.. meu deus. Desesperadamente. Nossos parentes e amigos que ali estavam, tentavam acalma-lá mas nada nem ninguém, conseguia. Eu olhava tudo de longe.. meu pai, o caixão, as flores, a roupa, minha mãe.. meu olhar suplicava que ele levantasse dali. O momento em que o primeiro grão de areia caiu sobre ele, eu tive a certeza: ele jamais voltaria. Ele havia ido. Uma gota sequer caiu de meus olhos.

Lembro-me de ir ao encontro da minha mãe e tocar em seus ombros. Ela me olhou e automaticamente se acalmou.

A primeira gota que deixei cair foi no aniversário dele. A ficha demorou para cair.. caiu realmente quando eu vi que minha mãe e Taylor não iriam descer com o bolo de chocolate em mãos.. na verdade, naquele dia, eu fiquei só. Ela havia viajado com Taylor para casa de minha vó. Deixou-me um bilhete escrito avisando que voltaria em breve e que eu precisava me cuidar.

Coincidence Or Fate?Onde histórias criam vida. Descubra agora