Ora estou no topo, ora estou no solo

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Lauren Jauregui's point of view

New York - 14:00

Tudo que conhecemos e ansiamos, aos poucos, muda. Conforme o tempo nossos costumes e jeito de pensar, se esvai.

Quem diria que eu iria acordar sendo garçonete em uma cafeteria e em questão de algumas horas viraria modelo? Logo quem; a Lauren Jauregui. A pessoa que menos confia que é capaz de algo. É impressionante as voltas que o mundo dar. Ora estou no solo, ora estou na parte mais alta da montanha russa.

Como eu disse mais cedo, sou intensa e me entrego de corpo e alma em tudo. Estou disposta a dar o meu melhor. E sim, eu sei.. terão dias em que eu não irei querer levantar da cama, ou até mesmo perderei o interesse e tentarei não sair. Mas sinto que não deixarão. Não por elas em si, mas por mim.

"Deixe-me te ajudar" disse Dinah. "Deixe-me ler as tuas linhas" disse Camila. Parece que tem dias em que todos pedem coisas difíceis. Não é fácil mostrar quem você é, principalmente quando vem cercado de erros, defeitos e falhas. Confesso que sinto-me nauseada e ansiosa por saber até onde tudo isso vai.

Talvez eu continue no topo da montanha russa, ou talvez eu volte para o solo, mas o importante estar em dar o primeiro passo, e sinto-me feliz em ter feito tal coisa.

Foi cômico para não dizer trágico ao ver Dinah e Camila, em sua mais pura sinceridade, pedindo uma chance de mostrar que eu era capaz.

Repita consigo mesma, Lauren: você é capaz.. claro que sou. Óbvio.

Eu nasci para isso.

– MEU DEUS, EU SOU MODELO! - Exclamei ao assinar o contrato. – PUTA QUE PARIU, DINAH, EU NÃO POSSO! - Levantei apavorada. Para que porra eu assinei isso? - Como faço para desassinar?

– Olha a boca suja, branquela! - Revirou os olhos ignorando a minha pergunta. - Os nossos treinamento começam amanhã. - Levantou vindo em minha direção, passou as mãos em meus braços e sorriu cinicamente. – As seis.

– Da tarde? - Perguntei sorrindo por causa do horário. Ter o dia livre seria incrível.

– Não monamour, às seis da manhã.

– O que vamos fazer as seis da manhã, Dinah?! - Perguntei indignada. Me aproximei de sua mesa, pegando minha bolsa.

– Surpresinha, baby..

(...)

Felicidade é o que me define. Depois de quase um mês sem conseguir me sentir realmente bem, o dia hoje veio carregado de surpresas. Imagino como será a minha próxima consulta com a doutora Linda. Sinto-me animada para isso. Eu acho que os remédios que tenho tomado, tem contribuído bastante para minha melhora.. tirando os efeitos colaterais [Sonolência, aumento da pressão arterial, falta ou ganho de apetite..] tem sido bastante agradável, nada muito enfático.

Um mês se passou desde o dia em que a minha mãe foi atropelada por uma van. Desde então ela permaneceu imóvel naquele hospital.. tendo duas de suas costelas completamente fraturadas, assim como um de seus braços que estavam apoiado sobre a tipoia. Precisaria de algumas sessões de fisioterapia.

Lembro-me do medo que senti de perdê-la ao ouvir o meu celular tocar e alguém falar " Dona Clara acabou de ter sido atropelada, corre para o hospital. Lhe passarei o endereço." Foi tudo tão vago que olhei ao redor e desmoronei, mal consegui abrir a boca para falar as meninas o que havia acontecido, saí às pressas, no caso eu achava que estava andando, percebi que eu não havia saído do lugar quando sentir um tapa em meu braço e a seguinte frase: "Olha Ally.. ela está se achando leve. Daqui a pouco vai querer que a gente a leve carregada para o hospital." E outro forte tapa sobre a minha perna, e só então eu caí na real e levantei, mas antes de ir respondendo um "se vocês continuarem me batendo assim, terei de ir de ambulância".

Coincidence Or Fate?Onde histórias criam vida. Descubra agora