Ela não viu, mas ele sorriu

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Narrator's point of view

A discriminação chegou a patamares insuportáveis. Infelizmente, nós nos dividimos: Discriminamos e excluímos as pessoas de múltiplas formas. Não honramos o fascinante funcionamento da mente humana, o espetáculo das ideias, nossa capacidade de raciocinar. Nas poucas vezes, não é a discriminação imposta pelos outros que mais perturba, mas a autodeterminação.

- Augusto Cury

Quão ruim é, além do preconceito de terceiros, obter preconceito por si só? Olhar para dentro de si e dizer que não é merecedor do amor dos outros, quando na verdade, o único amor e o mais importante é o seu?

Subam a bordo da mais nova e primitiva mente de Lauren Jauregui: O que será que vão falar se eu usar essa roupa? E se eu engordar.. será que vão me aceitar? Ah, mas eu tenho ansiedade e depressão. Por que eles iriam me querer em seu meio? Não perdem nada se não me acharem interessante. Nem eu acho. Mas tudo bem.. eu estou acostumada, estacionei aqui porque é mais razoável eu aceitar que sou cheia de imperfeições e entediante.

A sociedade impõe normas e regras e infeliz é o homem que tem a mente tão fraca ao ponto de acata-las sem ao menos perguntar se realmente devem seguir aquilo. E se seguir, por que? Para que seguir?

Sou obrigada a ter o peso de uma modelo?

Penso que se todas as pessoas que tem o conceito do "corpo perfeito" parassem para pensar que as vezes, nem mesmo as próprias modelos gostam de mantê-los, apenas o tem por profissão e não por gostar daquilo, Seriam mais felizes. Qual a graça de não poder comer o que quer?

A sociedade irá impor regras e você as seguem se quiser.

Lembrem-se: todos os dias somos alimentados pelas mídias para que vejamos que não somos perfeitos e precisamos buscar ajuda. Somos nós que mantemos os empregos de psicólogos, psiquiatras, farmacêuticos e por aí vai.. já pensou se um dia todos acordarem bem e nunca mais precisar de remédios ou consultas? Seria trágico.

Então todos os dias eles voltam e alimentam os protótipos de uma sociedade doente e imperfeita.

Mas qual seria a graça da perfeição?

Dinah repassava em sua mente tudo que faria naquele dia. Como lidar com a insegurança de Lauren? Correriam e durante esse tempo ela faria a morena falar, mesmo que inconscientemente sua insegurança. Tinha que ter um motivo para tudo aquilo e ela iria descobrir.

– Ainda dormindo, branquela? - Perguntou após a porta ser aberta. Adentrou a casa e Lauren a encarou de cima abaixo.

Iriam fazer exercícios físicos? Mas isso não foi dito ontem!

– Para que essa roupa? Vamos malhar? - A morena perguntou passando a mãos nos olhos enquanto fazia cara de choro. Encarou o relógio que marcava sete da manhã. – São sete da manhã, Dinah!

– Se você considera correr como "malhar" então é isso.. - Seguiu a morena pelas escadas e se jogou sobre a cama, deixando os pés para fora por causa do tênis, puxando o lençol logo em seguida. – Para de reclamar, Branquela.. apenas vai se arrumar.

– Mas você está dormindo na minha cama. - Falou olhando para Dinah completamente esparramada. Ela apenas queria voltar a dormir. Estava cedo.. até demais. Só precisaria estar na agência as nove. Fez muxoxo e saiu batendo os pés como uma criança mimada.

(...)

Normani encarava o filho que finalmente havia pegado no sono. Após chegarem ontem, Isaac aparentava estar um pouco febril. Mas como é uma criança, talvez fosse apenas a agitação do momento.

Coincidence Or Fate?Onde histórias criam vida. Descubra agora