Quebra-cabeça - part II

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Música para o capítulo todo: Unstoppable - E.S. Posthumus

Narrator's Point of view

que·bra·-ca·be·ça

1. [Informal]  Aquilo que dá cuidado ou é complicado.

2. Problema de difícil resolução.

3. [Jogos]  Jogo que consiste na resolução de um enigma ou de um problema lógico.

4. [Jogos]  Jogo de paciência composto por uma muitos fragmentos recortados que se devem combinar para formar uma imagem.

Imagine comigo que há uma mesa e acima contém peças de um enorme e entediante quebra cabeça, onde as peças estão embaralhadas o suficiente para que sua visão fique turva e surja em segundos uma súbita vontade de vomitar tudo o que você comeu. E se eu te disser que além do quebra cabeça, existe também um jogo de memória, o que faria? como montaria os dois de uma só vez? por que você não tem tempo, lembra? seus braços estão amarrados e você está acordando, assim como Camila nesse momento. Acordando e pensando que preferia voltar a dormir. 

Tão inerte e afundada nos últimos acontecimentos, Camila não percebeu que um deles se chamava Troy, mesmo nome de um dos motoqueiros que surgiu enquanto ela voltava do shopping com as suas amigas, pedindo que ela descesse do carro. 

Abriu os olhos e a claridade do local quase a cegou.. definitivamente aquilo era um galpão abandonado. O cheiro de poeira adentrou sua narina e na mesma hora lágrimas brotaram em seus olhos. 

ela se perguntou, naquele momento, qual era o verdadeiro sentimento habitando dentro de si; Seria medo? pavor? angústia? ela não sabia responder. 

De longe ouviu os saltos ecoarem. Era impressionante o modo com a ponta do salto sobre a madeira a incomodava.. A porta foi aberta por dois capangas e lá estava ela, vestida com um terno feminino, onde a calça era justa o suficiente para que mostrasse o belo corpo que na agência, nunca tinha reparado. Tinha seios avantajados e como a blusa era branca e transparente, ela pôde vê a renda do seu sutiã também branco, em seus pés continha um par de scarpin preto. 

– Já está chorando, Camila? - Perguntou enquanto se aproximava. Sentou-se em uma cadeira que estava na frente da mulher e bem devagar, cruzou as pernas. Queria que Camila observasse o ato. Que sentisse o poder que ela tinha somente com um cruzar de pernas. E Camila sentiu. Naquele momento ela viu uma mulher confiante a sua frente, totalmente diferente daquela mulher sem graça que ela via dia após dia em sua agência.

– Me poupe, Susan. - Respondeu firme enquanto remexia os pulsos amarrados. Ela tinha certeza que já havia se tornado uma ferida. – Que palhaçada é essa aqui? - se pôs a perguntar. 

A mulher se aproximou dela rapidamente e deu um tapa em seu rosto. Um tapa certeiro. A única reação de Camila foi fechar os olhos e segurar as lágrimas.

 Susan segurou seu queixo com força. A palma da mão cabia perfeitamente na mandíbula da mulher que ela tanto odiava e isso era perfeito.. Tão perfeito que ela apertou ainda mais, Camila abaixo de si choramingou. 

– Isso… chore pra mim. - Sussurrou em seu ouvido. – Quero ouvir seu choro baixinho enquanto faço coisas terríveis com você. 

A latina se remexeu no banco e a empurrou. Susan voltou ainda pior e passou a mão por sua nuca, puxando seus cabelos com tanta força que com toda certeza havia arrancado alguns fios dali.

Coincidence Or Fate?Onde histórias criam vida. Descubra agora