Capítulo XII

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Lavínia narrando

Hoje quando acordei com o Gui, por incrível que pareça eu não senti algo estranho e muito menos fiquei com vergonha, pelo contrário, eu senti algo bom por ter acordado com aqueles enormes olhos verdes e aquele belo sorriso me encarando. Eu realmente não sei o que sinto por ele, foram poucos momentos, não posso dizer que o amo ou que tenho uma paixão por ele, eu só me sinto bem perto dele, me sinto completa, muito feliz e sem ter com o que se preocupar.

No caminho pro restaurante fomos cantando algumas músicas, conversando sobre o trabalho e aproveitando para se conhecer um pouco mais, descobri que o mesmo gosta de música mas nunca pensou em se especializar nisso. Finalmente, chegamos, o lugar era maravilhoso, com uma decoração havaiana e uma vista impressionante pro mar.

- Aqui é lindo. - digo ainda fascinada com tudo aquilo

- É sim, eu sempre vinha almoçar com a minha família aqui - ele diz com um pouco de tristeza na voz

- Não vem mais por quê? - pergunto

- Meus pais se divorciaram, então acabamos perdendo o costume - ele diz - Mas vamos comer que eu to com fome - apenas assinto, ele pareceu não querer falar daquilo então apenas deixei de lado.

Fomos pra nossa mesa que ficava em uma enorme janela de vidro e tínhamos a vista daquele enorme mar. Quando acabamos de fazer nossos pedidos, ficamos conversando, até que nossa comida chegou. Comemos em silêncio, eu sentia certos olhares do Gui sobre mim, mas eu estava tão concentrada em comer, que acabei não falando nada.

- Acho que vou explodir - digo pro mesmo que começa a rir de mim

- Não sei pra onde vai isso tudo - ele diz

- Até parece que você comeu pouco - digo, fazendo o mesmo me olhar incrédulo

- Tenho que comer pra manter esse belo corpinho aqui - ele diz me fazendo revirar os olhos

- Muito convencido - digo

- Vamos dar uma volta na praia? - ele diz me fazendo assentir com uma grande empolgação 

- Vou ali pagar - ele me diz e eu olho séria pro mesmo - Que foi?

- Eu vou te ajudar a pagar e não vou aceitar um não - digo pro mesmo que faz sinal de rendição 

Pagamos a conta e fomos caminhar pela praia, a areia era fofinha e estava quente por causa do sol que tinha naquele dia. Sentamos na areia e ficamos por ali, olhando toda aquela perfeição a nossa volta.

- Você é mesmo BV? - o mesmo me pergunta quebrando aquele silêncio, eu o olho, certamente da cor de um tomate - Ei calma, todo mundo não nasceu beijando não, é só uma pergunta.

- Sou - murmuro 

- Você não sente vontade? - o mesmo me pergunta, me fazendo olhar sem entender - De beijar?

- Sentir, eu sinto. Mas eu gostaria que fosse com alguém especial, e até agora não achei esse alguém. - digo pro mesmo que assente

- Entendi - ele diz - Entendo seu lado eu também pensava assim e acabei me ferrando e agora prefiro não me apegar a ninguém. 

- O que aconteceu pra você ter esse pensamento? - pergunto

- Bom, com 14 anos eu conheci uma menina e eu era completamente apaixonado por ela, mas ela nunca me deu muita bola, mas depois de muito esforço do meu lado nos encontramos e com ela eu dei meu primeiro beijo. Depois de um tempo, começamos a namorar, só que eu via nos olhos dela que ela não gostava de mim, parecia ser obrigação estar comigo e realmente acho que era, depois de 3 meses do nosso namoro descobri que a mesma me traía com qualquer um que aparecesse na sua frente. Eu acabei ficando magoado e quase entrando em depressão com isso, ela depois veio dizer que se arrependia e que queria uma chance, mas eu nunca a perdoei.

-Ah.. eu não sei o que falar, porque nunca me envolvi realmente com alguém, mas eu sinto muito e quem perdeu foi ela, ela perdeu um menino maravilhoso e muito querido, tenha certeza que ela nunca irá achar alguém como você. - digo pro mesmo que dá um sorriso convencido 

- Obrigado pelo maravilhoso - ele diz me fazendo revirar os olhos

Ficamos conversando por um tempo até que já estava ficando tarde e resolvemos voltar pra casa, voltamos cantando muitas músicas. Várias vezes eu olhava pro Gui e ficava admirando aquela beleza toda que eu realmente não sei como eu nunca tinha reparado e acho que ele me pegou várias vezes olhando pra ele porque de vez em quando ele me olhava e começava a rir. Depois de um certo tempo chegamos na minha casa.

- Obrigada por esse dia incrível - digo 

- Obrigado por ser uma ótima companhia - ele diz e eu sinto minhas bochechas esquentarem - Você fica linda corada.

- Gui.. é melhor você parar, eu já to quase da cor de um tomate -digo pro mesmo que ri - Bom, eu já vou indo.- quando estou saindo, sinto o mesmo puxando minha cintura.

Nossos rostos agora estavam quase colados, separados por alguns centímetros, ele pega no meu rosto e me encara. Eu conseguia sentir sua respiração muito próxima, no meu estômago eu sentia as borboletas pularem, meu coração estava a mil. Seus olhos já não olhavam só pros meus olhos e sim pra minha boca, eu não sabia se queria aquilo mesmo, eu não sabia se era certo e eu não sabia se eu ia me arrepender. Mas gente, as vezes errar é bom, não é?

A praia do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora