Capítulo XCIV

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Guilherme narrando...

Eu ainda não tinha acreditado que ela havia voltado, o amor da minha vida voltou! E eu beijei aquela boca depois de três anos. Eu estava feliz demais, eu tinha um filho com a pessoa que eu mais amei no mundo, era o meu sonho... Eu não podia estar melhor.

Mas ainda havia um problema, a Lua. Por mais que a gente não tenha nada sério, durante esses três anos ela me apoiou, me ajudou, me fez sorrir e acreditar que a vida vale a pena novamente. Eu precisava falar com ela e parar de enganá-la, pois eu nunca a amei mas eu gostei dela, como amiga talvez. Ela vive aqui em casa, dormimos juntos e quem vê pensa que somos um casal e até que a gente é, mas eu não podia mais dar esperanças falsas pra ela.

- Lua? - falei vendo ela olhar pro nada

- Oi - disse me encarando 

- A gente pode conversar? - perguntei e ela assentiu vindo até mim

- Que foi? 

- Bom, você sabe quem foi a Lavínia pra mim né? - perguntei e ela assentiu - Eu sempre amei ela, com todas as minhas forças, ela sempre vai ser o amor da minha vida. Eu queria muito poder dizer que eu te amei que nem eu amei ela, mas eu estaria mentindo, Lua você é incrível, é bonita, inteligente, engraçada, você ajuda todos que precisam... E eu sou grato por ter te conhecido, mas a gente não pode levar isso que ''temos'' pra frente.

- Tudo bem, eu percebi o quanto você gosta dela - falou - Também percebi que eu não posso ficar no meio de duas pessoas que se amam e que tem uma família. Talvez eu tenha exagerado muito em certas coisas, me entreguei rápido demais e gostei rápido demais, mas eu não me arrependo até porque foi um aprendizado.

- Lua! Sério, você merece tudo de bom - falei abraçando ela - Você é espetacular e com certeza algum cara vai te amar, porque você merece ser amada, você merece as melhores coisas do mundo. - falei e ela deu um sorriso forçado

- Obrigada - falou dando uma risada - Eu espero um dia achar alguém que me ame, como você ama a Lavínia

- Você vai... - falei e ela sorriu - Eu peço desculpas se eu te magoei, sério.

- Você não me magoou, de verdade - disse rindo - Eu só peço pra gente continuar sendo amigos, que nem antes

- Claro que vamos ser amigos! - falei abraçando ela - Você é importante demais pra mim

- Você também - disse e eu percebi que ela tava triste

Eu achei que seria mais difícil, que ela iria chorar ou algo do tipo, mas a Lua amadureceu e se tornou uma pessoa forte e eu estou orgulhoso disso...

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- Oi filhão - falei vendo o Bernardo e a Lavínia na minha porta - Entra aí

- Papai - disse me abraçando - Cadê a titia Lua?

- A titia Lua foi embora, outro dia ela vem te ver - falei e ele sorriu - Tá com fome?

- Tô - falou - A mamãe disse pra gente vir aqui, porque você sempre pede algo pra mim comer e ela come junto

- Bernardo! - Lavínia disse e eu gargalhei 

- Esfomeada como sempre - falei rindo - Papai vai pedir, já volto

Falei colocando ele no chão e indo até o meu quarto pegar meu celular, liguei pra pizzaria e fiz os pedidos. Depois desci até a sala e fiquei observando a Lavínia cuidar do Bernardo.

- Bernardo, desce dai - disse tirando ele de cima da estante - Você vai se machucar, chorar e eu vou rir de você

- Tá bom, mamãe - disse revirando os olhos e eu acabei rindo baixo 

- Vamos brincar aqui - falou chamando ele - Tá cheio de brinquedo 

- Foi o papai que comprou - falou sorrindo e eu sorri, vendo ele me chamar de papai 

- Seu pai tá rico, não é possível - Lavínia falou e eu fui até eles sentando atrás dela 

- Falando de mim? - perguntei colocando a mão na cintura dela

- Não - disse sem me olhar e tirou minha mão da sua cintura 

- Papai, brinca com a gente - Be falou me entregando um Batman 

- Brinco - falei encostando mais o meu corpo no da Lavínia e dei um cheiro no pescoço dela - Cheirosa 

- Para, você namora - falou baixo e eu ri vendo ela com ciúmes 

- Não namoro - falei e ela me encarou - Eu nunca namorei 

- E a Lua? - perguntou

- Éramos só amigos coloridos - falei e ela me mostrou o dedo do meio - Depois eu converso contigo sobre isso 

- Beleza - disse e eu coloquei minha mão na sua coxa, apertando a mesma - Para menino!

- Tá parei - falei levantando a mão 

- Já pediu a comida? - ela perguntou me encarando 

- Uhum - falei e ela sorriu parecendo uma criança - Gorda 

-  Seu cu - falou e depois encarou o Bernardo 

- Cu? - Bernardo perguntou e eu olhei pra ela prendendo o riso

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A praia do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora