A praia do amor

Capítulo XXVIII

Lavínia narrando...

Entramos uma do lado da outra e por um momento todos olhavam pra gente, alguns com cara de surpresa e outros, principalmente meninas, com cara de ódio. Fomos pro barzinho que tinha ali e pegamos uma skol beats, ainda não tinha visto a pessoa que eu queria ver, mas isso não me impossibilitou de curtir a festa. Tinha fantasias de tudo quanto é tipo, tinha gente de policial, de diabinho, anjinho entre outras.

- Vamos dançar? - eu perguntei pras meninas quando ouvi uma das minha músicas favoritas sendo tocada

- Vamos - elas falaram meio alto por causa do som

Fomos pro meio da pista e começamos a dançar.

- Vai com o rabetão no chão, vai com rabetão - eu cantei descendo até o chão e subi fazendo o famoso quadradinho 

Eu não dançava tão bem, mas eu sabia o básico pra poder dançar em festas.

- As novinha da zona norte é maior fodão - Luíza cantou jogando a bunda pro alto

- As novinha lá da baixada é maior fodão - Carol cantou rebolando 

- É maior fodão, é maior fodão - cantei rebolando no ritmo da música 

As meninas ficaram dançando por um tempo, mas elas cansaram e foram pro barzinho descansar e eu? Fiquei dançando bem plena, eu até tenho vergonha de dançar sozinha mas não queria ficar sentada. Começou a tocar Vai sentando sem compromisso, minha bunda já criou vida própria nesse momento.

- Tava com ela pensando em você e aqui contigo to pensando nela - cantei rebolando e senti duas mãos na minha cintura, mãos que eu já conhecia e então cantou no meu ouvido me deixando arrepiada 

- Não venha com papinho de namorar, tu gosta dos carinha que não presta - Guilherme cantou segurando na minha cintura com força enquanto eu dançava nele 

- É vai sentando sem compromisso, eu não quero namorar contigo não vem dando de maluca não é só um pente e rala mozão - cantei rebolando no ritmo da música na intenção de provoca-lo 

Ele me virou e eu coloquei meu braço em volta do seu pescoço, ficamos nos encarando até ele ter a atitude de me beijar, ali na frente de todos, nos beijamos como se não tivesse ninguém olhando. Como sempre, nosso beijo se encaixava em perfeita sincronia, nossos corpos colados pegando fogo e nosso coração acelerado, mas tudo acontecia com calma, sem pressa, como se aquilo ali bastasse pra gente viver. Cada beijo, cada toque, cada palavra e momento me causava uma sensação estranha, eu me sentia forte, mas ao mesmo tempo frágil como se eu fosse de porcelana, me sentia uma pessoa protegida mas que a qualquer momento poderia se machucar, me sentia segura mas ao mesmo tempo sentia que toda essa sensação poderia ser tirada de mim e era disso que eu tinha medo, medo de que tudo isso acabasse e que eu não conseguisse sentir isso novamente.

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