Lavínia narrando...
> 3 anos depois <
- Bernardo, vem cá! - eu disse correndo atrás dele enquanto ele ria - Vamos por a calça pra poder sair, filho...
- Opa, peguei - Dylan disse levantando o Bernardo que ria
- Papai, papai - Bernardo falou o abraçando
- Papai não, Be - eu disse e Dylan me encarou com uma expressão de raiva - É o titio Dylan, seu papai é outro
- Mas cade meu papai, mamãe? - perguntou e eu o olhei
- Seu papai está longe, talvez um dia você o conheça! - eu falei e ele riu
- Quero conhecer o papai - disse vindo até mim
- Então deixa a mamãe colocar sua calça, outro dia você irá conhecer ele - eu falei e ele riu batendo palminhas
- Deixa ele me chamar de pai - Dylan disse mais baixo
- Não, você não é pai dele Dylan - eu disse
- Mas eu que cuido dele Lavínia - disse revirando os olhos
- Eu nunca pedi sua ajuda, o pai do Bernardo é o Guilherme já te falei - eu disse e ele bufou
- Mas ele não vai conhecer o Guilherme mesmo - ele disse e eu o encarei
- Quem disse? Acha que eu não vou deixar meu filho conhecer o próprio pai? - perguntei debochada
- Continua assim, você sabe que o Bernardo me trata como pai - ele disse bufando e saindo do quarto
- Mas não adianta, você não é pai dele - gritei pra ele ouvir
- Vai tomar no cu - disse alto e eu gargalhei
- Mas olha como o meu bebê tá cheiroso - falei dando um cheiro no pescoço do Be
- Para mamãe, cócegas - disse rindo
- Agora vai lá no quarto da titia Tracy ficar com ela, enquanto a mamãe se arruma - eu disse dando um beijo nele que saiu correndo - Não corre!
Caramba, três anos! Quem diria que eu ainda estaria no Canadá mesmo depois de três anos... Quando o Bernardo nasceu, a primeira coisa que eu fiz foi comprar as passagens pra voltar, mas quem disse que eu consegui entrar no avião? Acabei ficando por aqui mesmo, arrumei um emprego e agora divido a casa com o Dylan e a Tracy, que nunca para em casa.
Durante todos esses anos, eu acabei ficando com vários caras! Acho que pra tentar preencher o vazio que existia em mim, mas nunca deu certo... De vez em quando eu e o Dylan ficamos, mas nada sério e eu deixo bem claro! O Bernardo é a razão dos meus sorrisos, choros e surtos, eu o amo e o protejo com todas as forças que eu tiver, a cada dia eu me tornava uma mulher forte e independente. Aprendi a encarrar meus problemas de frente, menos quando esse problema se chamava Guilherme. Acabei perdendo o contato com geral, eu ligava só em datas especias pra Carol e ela fazia o mesmo, a minha mãe durante todos esses anos estava estranha, sempre pensei em voltar pra ver como ela estava, porque eu ficava muito preocupada mas meu medo era maior.
Agora eu trabalho numa empresa como gerente, com o salário me sustento e sustento o Bernardo, Tracy virou modelo e Dylan é dono da empresa que eu trabalho, mesmo ele sendo meu ''chefe'', sempre pedi pra ele que me desse os cargos por mérito meu e não por me conhecer e ele cumpriu meu pedido.
Todos os dias eu acordava com uma saudade enorme no peito, fazia três anos que eu não via meus amigos e a minha mãe, ah! Como eu morro de saudades dela, quando eu disse que iria ficar aqui, por mais alguns anos ela chorou muito e eu quase mudei de ideia, mas ela disse pra mim ficar e que quando eu pudesse, fosse visitar ela. Acabou que eu nunca fui e fico com raiva de mim por isso...
- Mamãe, o titio Dylan disse que você demora demais - Bernardo disse entrando no quarto e eu sorri vendo ele me obedecer e chamar o Dylan de titio
- A mamãe já está indo - eu disse e ele sentou do meu lado - O seu aniversário de três aninhos ta chegando meu amor, o que você quer?
- Eu quero o presente mais legal de todo mundo - disse girando e rindo
- E qual é esse presente? - perguntei
- Conhecer o papai né mamãe - disse batendo palminhas e eu sorri, mas por dentro meu coração estava apertado
- Você quer conhecer o papai por quê? - perguntei
- Porque quando eu crescer quero ser igual ele - disse sorrindo - Ele é bom, né mamãe?
- É sim filho, seu papai é ótimo - eu disse chorando
- Por que você tá chorando mamãe? Não quer falar do papai a gente não fala...
- Eu to chorando porque te amo muito - eu disse abraçando ele - E a gente vai conhecer o papai tá?
- Ai a gente vai ser uma família feliz? - perguntou sorrindo
- Be, o papai e a mamãe não podem ficar junto - eu disse e ele me olhou triste
- Mas por quê? A titia Tracy disse que vocês se amam - disse cruzando os braços - E você me falou que quando duas pessoas se amam, elas ficam juntinhas
- Mas como você é inteligente viu? - eu disse e ele sorriu - Talvez um dia a gente seja uma família tá?
- Ta bom, mamãe - disse rindo
- Pega o telefone da mamãe na cama - eu disse ouvindo o mesmo tocar e ele correu pra pegar
- Aqui mamãe - disse me entregando
- Olha é a vovó - eu disse mostrando a tela pra ele que riu
LIGAÇÃO
- Vovó - Bernardo gritou e eu só consegui ouvir um suspiro no outro lado da linha
- Alô? Mãe? - perguntei e ninguém respondia
- Você precisa voltar pro Brasil! Agora! - ouvi a voz de uma mulher que eu não conhecia e a chamada sendo encerrada em seguida
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- A gente vai ver a vovó? - perguntou Be e eu o olhei preocupada
O que havia acontecido?
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O próximo capítulo será dos personagens atualizados, pra vocês não ficarem perdidos
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A praia do amor
RomanceLavínia é uma menina tímida e que não tem muitos amigos, ela está em seu primeiro ano do ensino médio e já está assustada. Ela sempre foi zoada por seus "colegas", mas quando uma pessoa entra em sua vida ela acaba entrando em aventuras, amores e dor...